O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 3,4% em 2024, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor de Serviços, com alta de 3,7%, e a Indústria, com crescimento de 3,3%, foram os principais responsáveis pela expansão econômica.
Apesar do resultado positivo, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Claudio Bier, alerta para um cenário mais desafiador em 2025. “O investimento cresceu, mas com um custo elevado devido aos juros altos e à volatilidade cambial. A taxa de investimento, de 17% do PIB, ainda é insuficiente para garantir um crescimento sustentado de longo prazo”, afirma Bier.
O economista-chefe da Fiergs, Giovani Baggio, destaca que a baixa taxa de poupança do país pode comprometer o financiamento interno dos investimentos. “Diante desse cenário, a economia deve desacelerar em 2025, com o crescimento projetado em torno de 2%”, comenta Baggio. O economista acrescenta que o primeiro trimestre pode apresentar um desempenho mais forte, impulsionado pela safra agrícola e por medidas pontuais, como novas liberações de recursos.
Indústria gaúcha tem crescimento modesto
Enquanto a Indústria nacional registrou crescimento em 2024, impulsionada pela Construção (+4,3%) e pela Indústria de Transformação (+3,8%), os dados preliminares indicam um desempenho diferente no Rio Grande do Sul. O resultado oficial do PIB estadual ainda não foi divulgado, mas os primeiros indicadores sugerem que a Construção no estado teve um crescimento inferior à média nacional. Já a Indústria de Transformação permaneceu próxima da estabilidade ou com um leve avanço, segundo Baggio.
A produção industrial do IBGE e o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) da Fiergs apontam uma expansão de 0,6% em relação a 2023. Segundo o economista-chefe da Fiergs, esse crescimento, mesmo modesto, reflete a resiliência do setor diante dos impactos das enchentes sobre a produção e a logística, além dos esforços de reconstrução.