Autismo: especialista afirma que é preciso compreender para incluir

Por Marina Klein Telles

O 1º Seminário Regional de Profissionais da Educação Especial e Supervisores Escolares, promovido pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) em parceria com a 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), reuniu nesta quarta-feira, 29 , no Auditório Central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), mais de 500 profissionais da educação de toda a região para um dia de formação e troca de experiências sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A atividade integra as comemorações pelos 20 anos do Cisvale e reforça o compromisso conjunto das redes estadual e municipais com uma educação cada vez mais inclusiva e humanizada.

Um dos temas mais relevantes do seminário foi o entendimento sobre o TEA. A abordagem, conduzida pelo neuropediatra do Cisvale, Cristiano Freire, teve como eixo central a importância de compreender a origem e as condições associadas ao transtorno para aprimorar o trabalho em sala de aula. Segundo ele, na maioria das vezes o autismo tem influência genética e está acompanhado de outras condições, como deficiência intelectual, disfunções sensoriais, TDAH e dificuldades de coordenação motora. Freire acrescenta que muitas dessas comorbidades impactam mais o aprendizado e o comportamento do que o próprio autismo. “Por isso, é essencial que o professor reconheça essas diferenças e saiba como intervir.”

O neuropediatra ressaltou ainda que o conhecimento é o principal instrumento de inclusão. “Quando compreendemos o funcionamento e as razões de determinados comportamentos, conseguimos ajudar mais e reduzir a necessidade de suporte ao longo da vida dessas pessoas.” Para o especialista, o professor tem papel central nesse processo. “É quem passa grande parte do tempo com o aluno e pode também orientar as famílias.”

Para o presidente do Cisvale Gilson Becker a integração regional na construção de políticas públicas voltadas à inclusão é um dos pontos mais importantes na articulação realizada pelo Centro Regional de Referência em Transtorno do Espectro do Autismo (Centro TEA), do Cisvale. “O Centro TEA é um dos legados mais significativos dos 20 anos do consórcio. Ele simboliza o esforço conjunto dos municípios para promover qualidade de vida e garantir atendimento humanizado às pessoas com autismo. Cada ação de formação representa um passo adiante nessa caminhada por uma sociedade mais justa e acolhedora”, afirma.

Na mesma linha, o coordenador da 6ª CRE, Luís Ricardo Pinho de Moura, destaca o papel estratégico da parceria entre as instituições. “Quando unimos forças entre o Estado e os municípios, conseguimos potencializar o aprendizado e a prática dos nossos professores. A formação é o caminho mais eficaz para que o acolhimento e a inclusão aconteçam de fato dentro da escola”, reforça.

De acordo com a diretora executiva do Cisvale, Léa Vargas, o Centro TEA é uma referência regional e um modelo de integração entre as áreas da saúde, educação e assistência social. “Nosso objetivo é assegurar que cada pessoa tenha o suporte necessário para alcançar seu pleno desenvolvimento. Este seminário simboliza o fortalecimento dessa rede e reafirma nosso compromisso com a formação continuada”, destaca.

O evento também contou com palestras ministradas por profissionais das áreas de neurologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e serviço social — todos integrantes da equipe do Centro TEA do Cisvale, voltadas à qualificar as práticas pedagógicas e à construção de estratégias para o atendimento inclusivo nas escolas do Vale do Rio Pardo.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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