Representantes regionais da Federação e do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs/Ciergs) reuniram-se na sexta-feira (25), na sede do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), em Santa Cruz do Sul, para discutir a recuperação econômica do estado, apresentar indicadores e projetar o cenário para 2025. O encontro contou com a presença do presidente da Fiergs/Ciergs, Claudio Bier, e do vice-presidente regional do Ciegs, Júlio Carlos Cardoso Kirchhof.
Durante o evento, o presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, destacou o acolhimento dos representantes regionais pela nova diretoria do sindicato. “É uma grande honra para a nova diretoria do SindiTabaco, já em nossa primeira semana de atuação, receber os representantes de importantes segmentos industriais e empresariais da região”, afirmou Thesing, que apresentou o documento ‘Assunto controverso, contraponto necessário’, voltado a temas relacionados ao setor de tabaco.
O presidente da Fiergs/Ciergs, Claudio Bier, ressaltou o papel da federação na busca por soluções para desafios locais e mencionou a importância da interiorização da entidade. “Uma das funções da Fiergs é chegar onde estão as questões e, por esse motivo, um dos objetivos da FIERGS é a interiorização. Esse é um momento de alegria, mas também de reflexão com a crise climática que desafiou a todos”, afirmou Bier. Ele também destacou a relevância do trabalho realizado pelo ex-presidente do SindiTabaco e atual diretor da FIERGS, Iro Schünke.
O encontro seguiu com uma palestra do economista-chefe da Fiergs, Giovani Baggio, que apresentou uma análise da situação econômica atual e traçou previsões para 2025. Segundo Baggio, a enchente em maio teve um impacto significativo na indústria, especialmente na de transformação, que registrou uma queda de 26% na produção em comparação ao mês anterior, de acordo com dados do IBGE. No entanto, o setor agrícola foi menos afetado, com a maior parte da safra de verão já colhida e a safra de inverno ainda não plantada. “A primeira projeção da Conab é positiva para safra de grãos 2024/2025 e pode ser recorde, superando as 38 milhões de toneladas”, apontou Baggio.
Baggio mencionou ainda a necessidade de resolver alguns gargalos para que a economia gaúcha continue a crescer, como os problemas na educação, a dívida pública e o déficit previdenciário. Ele destacou a importância de investimentos em irrigação para lidar com as secas, além de uma política de desenvolvimento mais moderna que envolva a colaboração entre setor público e privado. “Levando em conta o nível de otimismo e de intenção de investimento por parte dos empresários, podemos esperar uma melhora nos próximos meses, mas o futuro da economia gaúcha passa pela resolução de alguns gargalos específicos”, explicou o economista.
A reunião das lideranças regionais foi concluída com uma confraternização no estande do SindiTabaco dentro do Parque da 39ª Oktoberfest de Santa Cruz do Sul.
Exportações impulsionam economia do Rio Grande do Sul
Um levantamento da Fiergs apontou que as exportações da indústria de transformação no Rio Grande do Sul cresceram 23,2% em setembro, comparado ao mesmo mês de 2023. O crescimento foi puxado principalmente pelos setores de tabaco (50,2%), alimentos (13,8%) e máquinas e equipamentos (61,2%). O setor de tabaco, em particular, registrou exportações de US$ 274,6 milhões, aumento de US$ 91,8 milhões em relação ao ano anterior, impulsionado tanto pelo aumento nas quantidades exportadas quanto pelos preços.
Claudio Bier observou que o desempenho positivo das exportações de tabaco refletiu a demanda global, mesmo com as dificuldades logísticas causadas pelas enchentes. “Percebemos que, mesmo no período mais crítico das enchentes, as empresas conseguiram escoar o seu produto para o porto e os embarques ocorreram em linha com anos anteriores”, comentou o economista Baggio.