Uma análise do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) aponta que, apesar da redução percentual de fumantes em relação à população mundial, o número absoluto de consumidores deve se manter estável nas próximas décadas. Com base em estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas (ONU), a projeção é de que em 2057 o planeta tenha cerca de 1,395 bilhão de fumantes, número semelhante ao atual.
De acordo com dados da OMS, em 2005 a população mundial era de aproximadamente 6,5 bilhões de pessoas, das quais 1,12 bilhão eram fumantes — o equivalente a 17,1%. Em 2025, a projeção é de que a população global alcance 8,2 bilhões, com 1,3 bilhão de fumantes, representando 15,9%. Apesar da queda proporcional, o total de consumidores continua praticamente estável, influenciado pelo crescimento populacional.
Com base nessa tendência, o SindiTabaco calculou cenários futuros. Se o percentual de fumantes permanecer em 15,9%, o total global poderá chegar a 1,431 bilhão em 2038, quando a população deve atingir 9 bilhões de pessoas, e a 1,59 bilhão em 2057, com 10 bilhões de habitantes. Em uma projeção mais conservadora, considerando uma queda gradual de 0,06 ponto percentual por ano, o índice de fumantes chegaria a 15,1% em 2038 e 13,95% em 2057, resultando em 1,395 bilhão de fumantes nesse último ano.
Análise do setor
O presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, avalia que os dados indicam a continuidade do mercado global de tabaco nas próximas décadas. “A partir dessa estimativa, podemos perceber que a demanda pelo produto seguirá por muitos anos. E enquanto houver demanda, alguém vai produzir”, afirmou Thesing.
Protagonismo brasileiro
O SindiTabaco também destaca o papel do Brasil nesse cenário. O país abriga o maior polo de beneficiamento de tabaco do mundo, ao mesmo tempo em que é reconhecido pela adoção de medidas restritivas à cadeia produtiva. Segundo o sindicato, essa dualidade evidencia a importância de equilibrar políticas públicas de saúde e a sustentabilidade econômica de regiões produtoras.


