Inverno aumenta em até quatro vezes busca por tratamento de varizes

Por Gabrielle Pacheco

Entre as doenças vasculares, as varizes são as que mais afetam a população. Estudo da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) mostra que 38% dos brasileiros sofrem com a doença, sendo encontrada em 30% dos homens e 45% das mulheres. Quanto mais idoso, também maior a prevalência, sendo que 70% das pessoas acima dos 70 anos podem ter varizes.

O benefício de operar no inverno é que não tem exposição solar.

Dr. Vinícius Lain, cirurgião vascular (Fabio Grison/Divulgação)

No consultório do médico cirurgião vascular Vinícius Lain, em Caxias do Sul, de cada dez pacientes, sete a oito se queixam de varizes. De acordo com o especialista, no inverno a procura para resolver o problema também aumenta, já que as baixas temperaturas são favoráveis para os tratamentos clínico e cirúrgico. Durante a estação, são operados de três a quatro vezes mais do que em outros períodos. “Aqui na Serra, como o verão e o inverno são bem distintos, o benefício de operar no inverno é que não tem exposição solar”, pontua. Ele afirma que, quando indicado o procedimento cirúrgico, por questões estéticas, pede-se para o paciente não se expor à radiação solar por 60 dias. “No pós-operatório, ainda é preciso usar uma meia elástica por um mês, o que acaba sendo mais confortável no inverno do que no verão”, explica Dr. Vinícius.

O que são as varizes

As varizes são dilatações das veias nas pernas, nas coxas e nos pés, podendo ser de pequeno, médio ou de grande calibre, e mais comuns a partir dos 30 anos. Os fatores de riscos para o desenvolvimento são predisposição genética, sexo feminino, idade e obesidade. É mais corrente também em pessoas que trabalham muito tempo paradas de pé ou sentadas, pelo fato de ficarem sem mexer a bomba da musculatura. Para prevenir o problema, é preciso ter uma alimentação saudável e praticar exercício físico regular.

Apesar de não ser uma doença vascular grave, quando não tratada, as varizes podem evoluir para tromboflebite (coágulos inflamatórios), que podem estar associadas à trombose venosa profunda. Porém, normalmente, as varizes estão mais correlacionadas a questão estética e ao desconforto de peso nas pernas. “A população brasileira presta bastante atenção, não só do ponto de vista funcional, mas também estético. Algumas varizes podem doer e outras serem simplesmente estéticas. No entanto, os sintomas em ambas incluem a sensação de peso nas pernas, inchaço e percepção de que o membro inferior está mais quente durante à noite”, elucida o médico cirurgião vascular.

Creme não é tratamento

Dr. Vinícius Lain conta que os populares cremes para varizes não resolvem e nem são indicados para tratar a doença. “Na melhor das hipóteses, ele tira apenas a sensação de peso do final do dia, pois são cremes que geram o resfriamento da pele”, pondera.

Uma vez tiradas as varizes, elas não podem voltar (…), mas com o passar dos anos, outras veias podem se dilatar.

Os tratamentos para varizes podem ser clínicos ou cirúrgico e dependerão da avaliação de cirurgião vascular. No caso clínico, ele é feito com o uso de meias elásticas e algumas medicações que aliviam a sensação de peso, mas as veias não desaparecem. Para o desaparecimento das veias, são recomendados a cirurgia ou os tratamentos menos invasivos, como o uso da espuma. “Ela é indicada em pacientes mais idosos, onde o risco da cirurgia é maior do que o benefício, ou quando não se tem o objetivo estético. Sempre que tiver a finalidade estética, mediante avaliação médica, a cirurgia de varizes acaba sendo a mais indicada”, esclarece.

Dentro das cirurgias de varizes, é possível realizá-la de forma tradicional, onde a veia é removida; por termo ablação, que é o uso de laser; por radiofrequência, para fazer a cauterização da safena; ou ainda a associação entre elas. O procedimento minimamente invasivo é feito em ambiente de centro cirúrgico, demora entre 1h e 1h30 min e o paciente vai para a casa no mesmo dia. A cirurgia, quando indicada, é oferecida pelo SUS e pelos convênios de saúde.

“A recuperação mais rápida é quando tem indicação de uso de radiofrequência dentro da cirurgia. É possível ainda associar a escleroterapia, que é a secagem das veias, dentro da cirurgia, tendo uma potencialização do resultado estético. Uma vez tiradas as varizes, elas não podem voltar, mas como existe uma pré-disposição ao aparecimento dos vasos, com o passar dos anos, outras veias podem se dilatar”, afirma Dr. Vinícius Lain.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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