O Colégio Anchieta, em Porto Alegre, recebe 22 estudantes do México, Chile, Colômbia e Espanha neste mês para uma imersão cultural e educacional por meio do Programa de Internacionalização da instituição. Os jovens chegaram entre os dias 10 e 14 de outubro e permanecerão na capital gaúcha por períodos de 15 a 30 dias, acolhidos por famílias de alunos anchietanos. O intercâmbio, promovido pela rede jesuíta de educação, tem o objetivo de fortalecer a cidadania global e os vínculos entre escolas jesuítas de diferentes países.
Na chegada, os estudantes estrangeiros participaram de uma acolhida com apresentações sobre o Brasil, o Rio Grande do Sul e Porto Alegre, além de um tour pelo campus do colégio. Durante a estadia, eles serão inseridos nas atividades escolares e culturais locais. De acordo com o professor e orientador do Colégio Anchieta, Silvio Júnior, o intercâmbio é uma vivência concreta de cidadania global. “Quando vamos a outro país, conhecemos os costumes, aprendemos com aquela realidade e crescemos humanamente e espiritualmente”, afirmou Júnior.
O docente destacou ainda o impacto de receber alunos estrangeiros. “É muito nítido que cada um sai do seu lugar de conforto, porque não é tão simples estar em outra cultura. Isso exige adaptação – e todos crescem com isso”, enfatizou Silvio Júnior.
Experiência internacional e fraternidade
O professor do Instituto Oriente, de Puebla, no México, Adrian Stefanon, que acompanha o grupo, considera o projeto “incrível e necessário”. Segundo Stefanon, o intercâmbio amplia horizontes e aproxima as comunidades jesuítas. “A sensação que temos é de que o espaço dos colégios jesuítas é muito mais amplo. Isso nos diferencia não só de outras instituições, mas amplia nossa forma de aprender sobre o mundo”, destacou o professor.
Stefanon relatou ainda que os alunos compartilham suas experiências ao retornar para casa, o que incentiva outros estudantes a participar. “Está se formando uma verdadeira fraternidade entre eles. É muito bonito, são como irmãos”, afirmou o mexicano.
Vivências e descobertas pessoais
Entre os intercambistas, o estudante Ricardo Gordian, de 16 anos, do México, contou que estudou português intensivamente durante um mês para se preparar para a viagem. “Espero poder conhecer um pouco mais de mim mesmo em situações sem minha família, longe deles, e descobrir coisas que não sabia sobre mim. Ainda não sei muito sobre a cultura brasileira, mas uma das razões pelas quais decidi vir foi que gosto muito de futebol. E sei que essa é a cidade do Ronaldinho, do Rafinha e muitos dos ídolos que me inspiram”, comentou Gordian.
A professora Maria Oliva de Casasola, do Colegio San José de Villafranca, da Espanha, destacou a parceria entre as instituições e o valor da experiência para os alunos. “É uma oportunidade de conhecer um lugar do mundo muito diferente. Eles vêm abertos a novas realidades, mas, ao mesmo tempo, é um reencontro com amigos. Eles vêm de uma zona rural, de um povoado pequeno, então poder estar em uma cidade como Porto Alegre e em um colégio como o Anchieta é uma oportunidade única”, afirmou a espanhola.


