Inadimplência no RS cresce em novembro, mas segue abaixo dos níveis pré-enchentes

Por Jonathan da Silva

A inadimplência entre pessoas físicas e jurídicas no Rio Grande do Sul registrou alta em novembro de 2024 conforme o Indicador de Inadimplência da CDL Porto Alegre (CDL POA). Apesar do crescimento em relação a outubro, de 0,22% entre PFs e 0,19% em PJs, os índices permanecem abaixo dos níveis observados antes das enchentes que atingiram o estado em abril.

Entre as pessoas físicas, o estado soma um percentual de 31,89% de inadimplentes. O resultado é 0,72% inferior ao obtido no período pré-enchentes, em abril, quando o Rio Grande do Sul somava 32,61% de pessoas físicas inadimplentes. No total, são 2,7 milhões de CPFs negativados a nível estadual de acordo com dados do Equifax | Boa Vista. No caso das pessoas jurídicas, são 12,82% de PJs inadimplentes no estado, com um total de 181.667 CNPJs negativados no Rio Grande do Sul.

Os indicadores também consideraram a inadimplência em Porto Alegre, que atualmente é de 33,08% entre as pessoas físicas, um aumento de 0,09% em relação a outubro e baixa de 1,26% ante abril, e de 14,53% entre as pessoas jurídicas, elevação de 0,13% comparado ao mês anterior.

Dados de inadimplência entre pessoas físicas (PF)

  • Rio Grande do Sul: Taxa de 31,89%, um aumento de 0,22% em relação a outubro
  • Porto Alegre: Taxa de 33,08%, com alta de 0,09% no mesmo período
  • Comparação com abril: Os índices seguem abaixo dos níveis pré-enchente (32,61% no RS e 34,34% em Porto Alegre).
  • Número de negativados: 2,735 milhões de CPFs no RS e 355.583 em Porto Alegre, segundo dados da Equifax | Boa Vista e estimativas baseadas no Censo 2022 do IBGE

Dados de inadimplência entre pessoas jurídicas (PJ)

  • Rio Grande do Sul: Taxa de 12,82%, avanço de 0,19% em relação a outubro
  • Porto Alegre: Taxa de 14,53%, crescimento de 0,13% no mesmo período
  • Número de empresas negativadas: 181.667 CNPJs no RS e 32.929 em Porto Alegre, conforme levantamento da Equifax | Boa Vista e o Mapa das Empresas do Governo Federal

Análise econômica

O economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, explicou que a redução na inadimplência durante os meses críticos após a crise climática, entre maio e junho, foi impulsionada pela injeção de recursos emergenciais e contenção de gastos das famílias devido às limitações de mobilidade. “Com o dinheiro em circulação diminuindo e a normalização da mobilidade, os indicadores voltam a sofrer pressão para cima, mas ainda permanecem abaixo dos níveis de abril”, afirmou o economista.

No caso das empresas, Frank destacou o impacto do programa “Desenrola Pequenos Negócios”, que tem permitido a renegociação de dívidas de micro e pequenas empresas desde abril. Porém, fatores como a inflação ao produtor, que acumulou alta de 6,97% nos últimos 12 meses, e a desvalorização cambial têm pressionado os custos das empresas. “O aumento da inadimplência PJ no Rio Grande do Sul reflete uma natural acomodação após cinco meses consecutivos de quedas no indicador”, avaliou o representante da entidade.

O economista também apontou desafios relacionados à elevação da taxa básica de juros (Selic), projetada para terminar o ano em 14,25%. “O cenário econômico doméstico e externo conturbados reduzem o espaço para cortes nos juros no próximo ano”, concluiu Frank.

O indicador

O Indicador de Inadimplência CDL POA, criado pelo Núcleo Econômico da entidade, mede mensalmente a inadimplência de consumidores e empresas no estado e em Porto Alegre com base nos dados restritivos da Equifax | Boa Vista. O levantamento sobre pessoas físicas foi iniciado em fevereiro de 2022 e inclui restrições relacionadas a crédito, cheques, protestos e ações judiciais.

Foto: Freepik/Divulgação | Fonte: Assessoria
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