Estímulo para as culturas de inverno

Por Milena Costa

Para manter o que chama de “caminho irreversível”, como o maior exportador mundial de carne de frango e um dos cinco maiores de carne suína, o ex-ministro Francisco Turra, presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ressaltou a importância de cereais como trigo, cevada e triticale para a cadeia produtiva durante o Fórum Nacional do Milho 2021, realizado em formato online. O consumidor sentiu no bolso o alto custo de produção e as sucessivas quebras do milho nos preços das carnes de aves e suínos. “A alternativa está nas mãos de vocês”, afirmou Turra.

Turra ressaltou que mesmo com a diminuição nos resultados de estados como o Rio Grande do Sul, o Brasil foi o único país a crescer na produção e exportação de proteína animal no mundo durante a pandemia. “O crescimento no Centro-Oeste mostra que o custo de produção na região Sul está encarecendo. Estamos perdendo espaço e competitividade. Os cereais de inverno surgem como grande alternativa,” destacou Turra. A meta é ambiciosa: “Queremos dobrar a produção de cereais de inverno, chegando a 5 milhões de hectares plantados nos próximos 10 anos. Isso vai aumentar em 6% o PIB do Rio Grande do Sul.”

“Queremos excedentes de qualidade para alimentação animal. Produza o melhor trigo que ele será utilizado para alimentação humana.”

Para isso, Turra garantiu o apoio total e irrestrito da indústria, que busca cooperativas e produtores para assumir o compromisso de compra futura dos grãos. “Queremos excedentes de qualidade para alimentação animal. Produza o melhor trigo que ele será utilizado para alimentação humana. Se não for na panificação, será nas carnes de aves e suínos. Como um apaixonado pelo agro, espero que o trigo, a cevada e o triticale ganhem notoriedade,” ressaltou Turra, destacando as múltiplas capacidades dos grãos de inverno.

Otimização de culturas de inverno

Turra falou do trabalho de incentivo ao cultivo de cereais de inverno realizado desde o primeiro semestre deste ano entre Embrapa Trigo, realizadora do Fórum, ABPA e Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Estudos da unidade de pesquisa científica de Passo Fundo (RS), validados pela Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC) mostraram equivalência nutricional, em alguns casos de até 100%, para trigo, cevada e triticale na substituição ao milho na ração de aves e suínos — que representa 65% da composição.

O movimento conta com a participação ainda de outras entidades apoiadoras como a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs), Yara Brasil, Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips) e Fundo de Defesa Sanitária do Estado do RS (Fundesa).

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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