A ordem de início das obras de restauro do Museu do Trem foi assinada nesta segunda-feira (14) pelo prefeito Heliomar Franco (PL). A cerimônia de assinatura ocorreu no próprio museu e também marcou os 151 anos da inauguração da primeira linha férrea do Rio Grande do Sul, em 14 de abril de 1874.
A obra será coordenada pela Secretaria Municipal de Cultura e Relações Internacionais (Secult) de São Leopoldo e contará com investimento de R$ 823.056,02, oriundos do Financiamento à Infraestrutura e Saneamento (Finisa) da Caixa Econômica Federal. A execução será feita pela empresa Construtora Silveira Martins, vencedora da licitação. O início dos trabalhos está previsto para até cinco dias úteis após a assinatura da ordem, com prazo de execução de seis meses. Durante as obras, as visitas ao museu serão suspensas.
Importância histórica do prédio
Durante o evento, o prefeito Heliomar Franco afirmou que o investimento é voltado para incentivar a visitação e preservar a memória local. “São 151 anos de inauguração deste prédio, então estas paredes guardam história. (…) É um momento de alegria e de nostalgia. Momento de reflexão, de valorização do passado, valorização dos nossos ancestrais, das nossas memórias, dos trabalhos intensos dos imigrantes, dos nossos queridos amigos e familiares que ajudaram a trazer a cidade até aqui”, ressaltou o chefe do executivo leopoldense.
Projeto inclui restauro completo da estação
A secretária de Cultura e Relações Internacionais de São Leopoldo, Lionella Goulart, destacou que a revitalização manterá as características atuais do edifício. “Foi uma grande inovação para a época, porque o transporte pluvial não dava conta de fazer o trabalho de entrega dos produtos agrícolas”, comentou a titular da pasta, ao lembrar da viagem inaugural realizada em 14 de abril de 1874. Segundo a secretária, o projeto inclui climatização, iluminação cênica, material expográfico e novo mobiliário.
Lionella Goulart também agradeceu o apoio do Departamento de Projetos da Secretaria Geral de Governo na elaboração do projeto. “Em pouco tempo vamos conseguir entregar para a nossa cidade, estudantes e para visitação este espaço muito importante historicamente”, afirmou a secretária.
Ex-ferroviário ressalta valor simbólico do museu
O ex-ferroviário e ex-presidente da Associação Amigos do Museu do Trem, Dilmair Monte, ressaltou a relevância do espaço. “O Museu do Trem tem parte da minha história de vida como de outros ferroviários do nosso estado. Fico muito feliz que a nova gestão da Prefeitura tenha interesse pelo restauro do prédio, do sítio histórico, porque além da salvaguarda documental e do acervo também tem toda uma relação com a cidade e isto é muito interessante, um equipamento público que trate da memória de sua gente, do seu povo, do desenvolvimento regional é interessante”, comentou Monte.
Autoridades presentes no evento
Participaram do ato autoridades municipais e representantes de entidades locais, como a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico, Regina Caetano, o chefe do Departamento de Patrimônio Cultural da Secult, Michel Quevedo, o representante da Trensurb, Renato Campos Dilelio, a diretora do Sesc São Leopoldo, Andrea Guedes, o comandante do 25º BPM, Tenente-Coronel Silva Bueno, o gerente da agência Sicredi São Leopoldo, Julian Santos, entre outros convidados.
História da ferrovia
A linha férrea entre São Leopoldo e Porto Alegre foi a primeira construída no Rio Grande do Sul, com 33.756 metros de extensão, inaugurada em 14 de abril de 1874. O trecho até Novo Hamburgo foi concluído em 1º de janeiro de 1876. A linha foi desativada em 1982.
A obra resultou de discussões na Assembleia Provincial a partir de 1866, com o objetivo de facilitar o escoamento de mercadorias das colônias do Vale do Sinos. O projeto, de autoria de John Mac Ginity, teve contrato assinado em 1869. A pedra fundamental foi lançada em 26 de novembro de 1871 em São Leopoldo, utilizando uma pá de prata.
O Museu do Trem foi fundado em 26 de novembro de 1976 para preservar a primeira estação ferroviária do estado. Sob responsabilidade da Prefeitura de São Leopoldo, abriga parte do acervo da extinta Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS) e da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), incluindo documentos, vagões, locomotivas e outros itens históricos.
Foto: Pedro H. Tesch/Divulgação | Fonte: Assessoria
