Moinhos de Vento realiza terapia considerada a nova esperança para pacientes com câncer de próstata

Por Ester Ellwanger

O primeiro paciente tratado com lutécio no Rio Grande do Sul recebeu a medicação no dia 28 de julho. Esse tipo de terapia já era usada em outros estados do país, na Europa, em países como a Alemanha, além dos Estados Unidos. Aprovada no Brasil, agora está disponível no Hospital Moinhos de Vento. O Serviço de Medicina Nuclear também oferece o Lutécio-177-Dotatoc para tratamento de tumores neuroendócrinos.

 

Medicina de precisão

O médico do Serviço de Oncologia, Pedro Isaacsson Velho, destaca que o radiofármaco entrega a radiação de maneira precisa no câncer, agindo no DNA do tumor. “É o que chamamos de terapia-alvo, que atua direto na célula cancerígena e preserva as sadias”, esclarece. O oncologista acrescenta que essa é uma alternativa menos tóxica que opções como a quimioterapia e com efeitos colaterais mais tênues na maioria dos pacientes. “Eles vivem mais e vivem melhor”, conclui.

“É o que chamamos de terapia-alvo, que atua direto na célula cancerígena e preserva as sadias”.

De acordo com o chefe do Serviço de Urologia do Hospital Moinhos de Vento, Eduardo Franco Carvalhal, a terapia é uma nova esperança, pois pode regredir o câncer e aumentar a sobrevida do paciente. “Em alguns casos, as lesões metastáticas retrocedem de forma significativa”, observa o urologista. As metástases acometem, em especial, os ossos e o linfonodos, mas podem atingir outros órgãos como pulmão e fígado. “Futuramente, é possível uma indicação antecipada do fármaco já como escolha de tratamento em uma fase mais precoce, em substituição a outras alternativas”, sentencia. Na avaliação do especialista, o Lutécio 177-PSMA dá mais uma chance àqueles homens que não obtiveram êxito em outros tratamentos, proporcionando uma sobrevida maior, e, muitas vezes, controlando sintomas e melhorando a qualidade de vida.

Indicações

O radiofármaco é indicado a pacientes com câncer de próstata em estágio avançado e que não respondem mais às alternativas disponíveis, como a terapia de deprivação hormonal (na qual, com o uso de medicação, se reduz a produção de testosterona e o estímulo às células cancerígenas) ou a quimioterapia. “Essas opções diminuem as metástases. Porém, há casos em que vão falhar, em algum momento, e a doença vai progredir porque as células tumorais acabam sofrendo mutações e tornando-se resistentes aos tratamentos”, pondera Carvalhal.

Câncer de próstata

Segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, pode ser assintomático ou apresentar sintomas urinários (aumento da frequência urinária, sangramento, urgência e incontinência), ou, em estado avançado, ocasionar dores ósseas. Entre as formas de diagnóstico estão a biópsia com fusão de imagens da ressonância magnética e o PET-CT com PSMA.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que serão registrados 65.840 casos novos de câncer de próstata para cada ano do triênio 2020-2022 no Brasil. Esse valor significa que 63 em cada 100 mil homens devem ser diagnosticados com esse tipo de tumor no período. Apesar de, em muitos pacientes, tratar-se de uma doença de evolução lenta, muitos casos são agressivos, tornando a doença a segunda causa de morte por câncer em homens no nosso meio.

Foto: Divulgação| Fonte: Assessoria
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