O comércio de Santa Cruz do Sul apresentou um aumento médio de 5% nas vendas durante o período natalino de 2024, de acordo com levantamento do Sindicato do Comércio Varejista de Santa Cruz do Sul e Região (Sindilojas-VRP). O crescimento foi impulsionado principalmente pela movimentação de consumidores a partir de 20 de dezembro, com destaque para setores como bazar, perfumaria e autocuidado.
De acordo com o presidente do Sindilojas-VRP, Mauro Spode, a concentração de vendas nos últimos dias antes do Natal foi favorecida pelo pagamento do 13º salário até a data-limite de 20 de dezembro. “É uma tendência observada nos últimos anos, mas neste ano chamou atenção a presença numerosa de consumidores, dispostos a efetivar as compras a partir dessa data”, afirmou Spode.
Desempenho por setores e pós-Natal
Alguns segmentos tiveram resultados considerados surpreendentes, com empresas registrando até o dobro de vendas em comparação com o Natal de 2023. Spode destacou que fatores como localização da loja, marcas comercializadas e produtos disponíveis influenciaram esse desempenho. “As maiores compras, em termos de valor, ocorreram a partir do último fim de semana antes do Natal”, acrescentou.
O movimento de vendas também se manteve após o Natal, impulsionado por trocas de produtos. Segundo Spode, muitos consumidores, ao realizarem trocas, aproveitaram para adquirir novos itens. “Essa política de troca, mesmo sem obrigação legal, favorece o relacionamento com os clientes e mantém o fluxo de vendas”, explicou o dirigente.
Impactos das enchentes
Apesar do resultado geral positivo, o impacto das enchentes de maio de 2024 foi sentido em algumas regiões e setores. O diretor-presidente da Agro-Comercial Afubra e membro da diretoria do Sindilojas-VRP, Romeu Schneider, apontou que a rede de lojas não atingiu as projeções de vendas para o Natal. “Houve incerteza econômica e reflexos das enchentes, que fizeram com que muitos consumidores antecipassem compras que tradicionalmente seriam feitas no fim do ano”, avaliou Schneider.
Spode também reforçou que o consumo antecipado, motivado pela liberação de benefícios e pagamentos emergenciais pós-enchentes, pode ter influenciado o desempenho do varejo em algumas áreas. “Esse movimento foi positivo no período das enchentes, mas teve reflexos no fim do ano em determinados setores”, concluiu o presidente da entidade.