Cenário atual de extinção de empresas no Rio Grande do Sul preocupa FCDL-RS

Por Caren Souza

Os prejuízos causados pelas restrições dos decretos na economia do Rio Grande do Sul são muito grandes, em especial em segmentos como comércio e serviços, que estiveram impossibilitados de trabalhar por longos períodos desde março de 2020. Isso acabou se refletindo no fechamento definitivo de milhares de empreendimentos em todo estado. De acordo com dados da Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul (JucisRS), no último ano foram extintas 66 mil empresas no RS.

As micro e pequenas empresas não estão conseguindo manter seus fluxos financeiros e sofrem dificuldades extremas para conseguir honrar seus compromissos com colaboradores.

Já no primeiro trimestre de 2021, mais 22,5 mil estabelecimentos encerraram suas atividades, em um incremento de 31% sobre o total registrado no mesmo período de 2020, que foi 17.182. Ou seja, quase 90 mil empreendimentos deixaram de existir no Rio Grande do Sul em um ano e os dados dos primeiros três meses de 2021 são preocupantes. Chama a atenção, nestes indicadores, que quase 90% são micro e pequenos negócios, sem dúvida alguma, os mais afetados pela grave crise econômica originada pelo cerceamento das atividades econômicas.

“As micro e pequenas empresas não estão conseguindo manter seus fluxos financeiros e sofrem dificuldades extremas para conseguir honrar seus compromissos com colaboradores, fornecedores e pagamento de tributos. Por causa desse desequilíbrio financeiro, milhares delas fecharam suas portas em definitivo e isso é muito grave, já que as MPEs são as principais geradoras de emprego e renda em todo o Brasil. Precisamos de políticas governamentais, em todas as esferas, que auxiliem os pequenos negócios a sobreviverem neste momento”, alerta o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.

O presidente ressalta que se faz necessário um trabalho intenso para garantir a manutenção das micro e pequenas empresas no atual cenário e, também, para depois da crise. Até por isso, a FCDL-RS promove, há quase um ano, uma campanha de estímulo ao consumo nestes empreendimentos. O propósito é incentivar os consumidores a priorizar suas compras nos pequenos negócios de sua rua, bairro e cidade.

“Precisamos buscar todas as formas para ajudar as empresas que mais geram emprego no País e no Rio Grande do Sul a superarem esse período de muitas dificuldades. Apesar do esforço do governo federal em tentar auxiliar os empresários, grande parte dos recursos não chegou às MPEs, por questões burocráticas, por não aprovação de cadastro bancário, entre outros aspectos. Dados do Sebrae apontam, por exemplo, que pelo menos 50% das micro e pequenas empresas nem tentaram buscar os recursos pelas dificuldades burocráticas que encontram. E da metade que procurou, apenas 22% conseguiram, ou seja, 15% do total de pequenos negócios existentes no país”, destaca Vitor Augusto Koch.

O emprego no RS

Dois indicadores importantes mostram os prejuízos que o cenário do emprego no Rio Grande do Sul sofreu ao longo de 2020. O primeiro, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, aponta que o estado encerrou o último ano com 476 mil pessoas desempregadas, num incremento de 9,1% na comparação com o final de 2019, quando eram 441 mil pessoas sem emprego. Este percentual de crescimento, aliás, é o maior da série histórica do levantamento realizado pelo Instituto, iniciada em 2012.

Já os dados do NovoCaged, o cadastro de empregos formais do Ministério da Economia, apontaram que em 2020 foram fechados 20,2 mil postos de trabalho no Rio Grande do Sul, engrossando a massa de desempregados. Foi o segundo pior desempenho do Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro. O saldo mede a diferença entre contratações e demissões. No caso gaúcho, as 20,2 mil vagas perdidas decorrem da comparação entre 972.201 admissões e 992.421 cortes.

“Observando estes dois indicadores, vemos que cresceu o número de desempregados de forma muito preocupante no Rio Grande do Sul. O impacto das restrições que geraram o abre e fecha de empresas por um longo período do último ano não se refletiu apenas no fechamento definitivo de empreendimentos, mas, também, na extinção de milhares de postos de trabalho”, alerta Vitor Augusto Koch.

Comércio e serviços foram dois setores que se fragilizaram em matéria de empregabilidade no ano passado. O varejo finalizou 2020 com a perda de quase 5 mil postos de trabalho, de acordo com o NovoCaged, enquanto serviços extinguiu cerca de 22 mil empregos. Reflexo puro das restrições ao fluxo de consumidores.

Fonte: Assessoria

 

Publicidade

Você também pode gostar

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.