CDL Caxias projeta crescimento nas vendas de produtos e serviços para a volta às aulas

Por Ester Ellwanger

O ramo de ensino, um dos segmentos mais afetados pela pandemia por conta das restrições do distanciamento social, está otimista para o retorno das aulas em 2022. Mesmo com uma leve desaceleração na procura de produtos e serviços devido ao aumento de casos de Covid-19 em Caxias do Sul, empresas ligadas ao setor esperam incrementar as vendas nas próximas semanas.

Uma amostragem inédita realizada pela CDL Caxias estima crescimento de 24,2% nas comercializações de materiais escolares, de 17,9% nas lojas de uniformes e de 12% na quantidade de alunos nos transportes escolares privados, em comparação com 2021. A sondagem tem índice de confiança de 95% e margem de erro de 5% para mais ou para menos.

“Os anos de 2020 e 2021 foram muito ruins para as empresas de produtos e serviços ligadas à área. O ensino remoto e a instabilidade no retorno presencial dos alunos acabou prejudicando os estabelecimentos, que precisaram se reinventar e procurar outras alternativas. Um exemplo foram algumas lojas de uniformes escolares que começaram a confeccionar modelos para empresas e consultórios”, relata Carlos Alberto Cervieri, gerente Administrativo Financeiro da CDL Caxias.

Segundo comerciantes dos segmentos de papelarias, livrarias e uniformes, apesar de terem observado uma boa movimentação nos meses de dezembro e janeiro, historicamente, as vendas se concentram em fevereiro e, em alguns casos, é intensificada na proximidade da volta às aulas. Em 2022, o ano letivo nas escolas municipais da cidade está programado para iniciar em 18 de fevereiro.

Materiais escolares

A expectativa dos lojistas de papelarias e livrarias é ter um incremento de 24,2% nas comercializações de materiais escolares, com projeção de R$ 197,14 no tíquete médio dos consumidores, em comparação a 2021. Entre os produtos mais procurados estão itens solicitados pelos colégios, como caderno, lápis, borracha, caneta, tinta têmpera guache e pincel.

Cerca de 60% dos empresários do ramo declararam à sondagem da CDL Caxias que o pico de vendas ocorre no mês de fevereiro e 32,1% afirmaram que se concentra na proximidade do retorno às aulas.

Neste ano, 57,1% dos lojistas esperam que as vendas sejam muito melhores, 35,7% melhores e 7,2% iguais a 2021. Em relação à 2019, quando ainda não havia a pandemia, 57,1% também dos entrevistados acreditam que o desempenho econômico deverá ser igual e 42,9% melhor.

“A volta às aulas de forma presencial é um dos principais fatores para esta ampliação. A venda das livrarias e papelarias só não é mais expressiva pois existem muitos locais que vendem materiais escolares, como supermercados, bazar e atacados na praia”, pondera Cervieri.

Mais de 65% dos empresários disseram que estão fazendo promoções ou oferecendo descontos para atrair mais consumidores. Entre as alternativas estão vantagens para compras à vista (42,1%) e pequenos descontos em toda a loja (26,3%).

Aplicativos de mensagens (27,1%), divulgação nas redes sociais (25%) e decoração na vitrine ou na loja (12,5%) também foram algumas das ações mencionadas pelos participantes para ajudar a aumentar as comercializações. Apenas 4,2% não fizeram nenhuma ação.

“O WhatsApp está sendo utilizado por diversas papelarias e livrarias, tanto no Centro como nos bairros, para o recebimento da lista e envio do orçamento dos materiais. Isso facilita e agiliza a rotina dos pais”, conta o dirigente.

Uniformes escolares

Oitenta por cento dos representantes dos estabelecimentos de uniformes escolares acreditam que em 2022 as vendas serão melhores do que em 2021, e 22% esperam que sejam muito melhores. A expectativa é que o crescimento nas comercializações chegue a 17,9%, com tíquete médio de R$ 285,00.

“Identificamos uma redução no número de escolas que solicitaram a compra de uniformes. Neste ano, a prefeitura fornecerá as peças aos alunos da rede municipal, e, consequentemente, haverá uma diminuição de vendas nas empresas locais”, comenta o gerente Administrativo Financeiro da CDL Caxias.

Para incrementar o faturamento, 36,8% dos participantes se utilizaram das redes sociais para divulgar a loja e os produtos, 26,3% realizaram promoções e campanhas em dezembro e janeiro para os clientes anteciparem as compras e 21,1% fizeram entregas de folhetos nas escolas, junto com a lista de materiais.

“Em comparação aos anos anteriores, em que não havia pandemia, os lojistas afirmaram que houve queda de 50% na procura de uniformes em 2020 e 2021. Em 2021, por exemplo, as vendas foram baixas no começo do ano, mas com o decreto do governador Eduardo Leite, que autorizava a retomada das aulas presenciais, houve um incremento nas vendas”, contextualiza Cervieri.

Pouco mais de 19,6% dos estabelecimentos precisaram de empréstimos ou de ajuda do governo para evitar demissões durante a crise. Apesar disso, 12,4% tiveram que desligar funcionários, 12,3% reduziram a carga horária dos colaboradores e 8% quase fecharam a empresa. Para amenizar os impactos causados pela pandemia, 28% passaram a oferecer outros produtos da marca, como uniforme empresarial, e a fabricar artigos como máscara (15,7%).

Transporte escolar

Por conta das restrições sociais que impossibilitaram as aulas presenciais ao longo de 2020 e em meados de 2021, atrelado à crise econômica causada pela pandemia, empresas de transporte escolar relataram redução de 17% na quantidade de estudantes em 2021 frente ao início do ano anterior.

“Apesar da diminuição, em 2022 a maioria delas já conseguiu restabelecer a mesma quantidade de vans que tinham em circulação antes da crise, e 12% projetam crescer na quantidade de alunos, conseguindo recuperar uma parte dos que desistiram”, expõe Cervieri, dirigente da CDL Caxias.

Foto: Alencar Turella/Divulgação | Fonte: Assessoria
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