Treze atletas gaúchos disputam os Jogos Olímpicos de Paris

Por Jonathan da Silva

Treze atletas nascidos no Rio Grande do Sul fazem parte da delegação do Time Brasil que competirá nos Jogos Olímpicos de Paris. A disputa do maior evento esportivo do mundo se iniciou nesta quarta-feira (24) e a cerimônia oficial de abertura será nesta sexta, 26 de julho, no Rio Sena, a partir das 14h30min. Os representantes gaúchos estão presentes em nove modalidades diferentes.

Dentre as nove modalidades com representantes gaúchos, a que mais tem atletas nascidos no estado é o voleibol de quadra, com três: Cachopa, Lucão e Thales. Na sequência, aparecem dois esportes com dois atletas do Rio Grande do Sul: o judô, com os medalhistas Daniel Cargnin e Mayra Aguiar, e a esgrima, com Guilherme Toldo e Mariana Pistoia. Com um representante, há seis modalidades: maratona aquática, com Viviana Jungblut; natação, com Fernando Scheffer; rugby de 7, com Luiza Campos; surfe, com Tatiana Weston-Webb; tiro esportivo, com Georgia Furquim; e vela, com Gabriel Simões.

Porto Alegre é a cidade mais representada do estado nos Jogos Olímpicos, com oito dos treze participantes gaúchos. Canoas, Caxias do Sul, Colinas, São Leopoldo e Santa Maria contam com um representante cada.

Do Time Brasil, o Rio Grande do Sul é o sexto estado com mais representantes nas Olimpíadas de Paris. À frente, estão São Paulo (95 atletas), Rio de Janeiro (53), Minas Gerais (20), Paraná (17) e Bahia (15). No total, 274 brasileiros irão competir nesta edição dos Jogos. Além disso, esta será a primeira vez em que as mulheres serão maioria na delegação brasileira, com 55% dos competidores. Dentre os gaúchos, são sete atletas masculinos e seis femininas.

Na história, 38 atletas nascidos no Rio Grande do Sul já conquistaram medalhas olímpicas, somados os esportes individuais e coletivos. No total, os representantes gaúchos somam 11 medalhas de ouro, 21 de prata e 14 de bronze. Ao considerar apenas uma medalha no caso dos esportes coletivos, são 24 as conquistas do estado. O Brasil, por sua vez, já obteve 150 medalhas, 37 delas de ouro, 42 de prata e 71 de bronze.

Os atletas gaúchos nos Jogos

Daniel Cargnin – judô

Nascido em Porto Alegre no dia 20 de dezembro de 1997, Daniel Borges Cargnin é um dos principais nomes gaúchos na história dos Jogos Olímpicos. Na disputa da edição anterior, em Tóquio no ano de 2021, o judoca conquistou a medalha de bronze na categoria de até 66 kg. Além desta façanha, o gaúcho de 26 anos já ganhou um bronze em Campeonato Mundial, três pratas em Jogos Pan-Americanos, quatro ouros em Campeonatos Pan-Americanos de Judô e um ouro no World Masters de Jerusalém, em 2022. No começo do ano em que obteve esta conquista internacional, Cargnin mudou de categoria, subindo para a de até 73 kg. Nos Jogos de Paris, toda a competição deste peso será disputada na próxima segunda-feira, 29 de julho. O gaúcho estreará já na segunda fase contra Akil Gjakova, do Kosovo.

Daniel Cargnin busca em Paris sua segunda medalha olímpica

Fernando Cachopa – vôlei

Fernando Gil Kreling, mais conhecido como Cachopa, é um dos três gaúchos convocados para representar a Seleção Brasileira Masculina de Vôlei nos Jogos Olímpicos de Paris. Natural de Caxias do Sul, Cachopa tem 28 anos e atua pela seleção desde 2015. Em seu currículo, o levantador gaúcho tem uma medalha de bronze em Campeonato Mundial, um título de Copa do Mundo, um título de Liga das Nações e uma medalha de ouro em uma Copa Pan-Americana. Cachopa também esteve nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, quando o Brasil terminou no quarto lugar. Por clubes, o atleta já conquistou cinco vezes a Superliga Brasileira. Atualmente, joga pelo Vero Volley Monza, da Itália. Em Paris, a estreia do Brasil no vôlei masculino será já no sábado, 28 de julho, contra a Itália.

Fernando Cachopa - seleção brasileira de vôlei masculino - Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Cachopa busca sua primeira medalha olímpica com a seleção

Fernando Scheffer – natação

O medalhista olímpico Fernando Muhlenberg Scheffer nasceu em Canoas, em 6 de abril de 1998. O nadador começou a ganhar destaque pelo Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, em 2016, quando disputou o Campeonato Mundial de Natação em Piscina Curta. Pouco tempo depois, em 2018, o gaúcho se mudou para Belo Horizonte, onde passou a treinar no Minas Tênis Clube, que representa até hoje. O auge da carreira do canoense até o momento aconteceu durante a disputa de sua primeira Olímpiada, em Tóquio, em 2021. Na competição dos 200 metros livres, Scheffer conquistou a medalha de bronze e obteve o recorde sul-americano de tempo. Dentre outras façanhas, o nadador de 26 anos soma três medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos e uma no Mundial de Piscina curta. Em Paris, o gaúcho não disputará nenhuma categoria individual por não ter alcançado o índice necessário, mas estará na equipe brasileira dos 4×200 metros livre, ao lado de Eduardo Moraes, Guilherme Costa e Murilo Sartori. Todas as fases da disputa da categoria serão na próxima terça-feira, 30 de julho.

Em Paris, Scheffer busca sua segunda medalha olímpica

Gabriel Simões – vela

Aos 22 anos, o porto-alegrense Gabriel Simões é um dos representantes mais jovens da delegação brasileira em Paris. O gaúcho competirá ao lado de Marco Grael na classe 49er da vela, modalidade que já deu muitas medalhas ao país. Indo para sua primeira participação nos Jogos Olímpicos, Simões é atleta do Clube dos Jangadeiros, de Porto Alegre. Com seu companheiro de barco, o gaúcho conquistou o Campeonato Sul-Americano em 2023 e terminou na quinta posição nos Jogos Pan-Americanos no mesmo ano. A vaga de Simões e Grael para as Olimpíadas de Paris veio com o título da 15ª regata da classe 49er na Semana Olímpica de Hyères, na França.

Jankovics Villatoro / Divulgação/Campeonato Sudamericano 49er

Simões e Grael representam o Brasil na vela

Georgia Furquim – tiro esportivo

Natural de Santa Maria, Georgia Furquim Bastos tem 27 anos de idade e é atleta da categoria skeet do tiro esportivo. A gaúcha é a primeira brasileira na história a se classificar para esta categoria em uma edição de Jogos Olímpicos. No skeet, o atirador utiliza uma espingarda para acertar tiros em dois pratos lançados de diferentes lugares do campo de competição. No currículo de Georgia, o destaque internacional é o quinto lugar obtido nos Jogos Pan-Americanos de 2023. Sua vaga para as Olimpíadas veio em abril deste ano, durante a disputa do Campeonato CAT XIV de Espingarda, em Santo Domingo. Na disputa olímpica de Paris, a modalidade de Georgia está agendada para os dias 3 e 4 de agosto.

Georgia disputará sua primeira Olimpíada

Guilherme Toldo – esgrima

Guilherme Amaral Toldo, conhecido como Pica-Pau, nasceu em Porto Alegre em 1º de setembro de 1992. Aos 31 anos, Toldo irá disputar os Jogos Olímpicos pela quarta vez, tendo participado de todas as edições desde 2012. O gaúcho é atleta do Grêmio Náutico União, clube da capital, e compete na categoria florete, em que o objetivo é acertar os golpes com a lâmina apenas no tronco dos oponentes. Ao longo da carreira, o esgrimista acumula dezenas de medalhas, várias delas de ouro. Suas principais conquistas são as duas medalhas de prata e quatro de bronze nos Jogos Pan-Americanos e as quatro medalhas de ouro nos Jogos Sul-Americanos. Por sua trajetória, Toldo faz parte do hall da fama da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE). O esgrimista conquistou sua vaga para Paris ainda em março de 2023, através do ranking classificatório para os Jogos. Agora o gaúcho irá em busca de sua primeira medalha olímpica. A competição do florete masculino acontece toda na próxima segunda-feira, 28 de julho.

Em sua quarta Olimpíada, Toldo busca a primeira medalha

Lucão – vôlei

Outro gaúcho na seleção masculina de vôlei é o experiente Lucão. Aos 38 anos, o gaúcho natural da cidade de Colinas irá para a disputa de sua quarta Olimpíada. Lucas Saatkamp tem na bagagem uma medalha de ouro no Rio de Janeiro, em 2016, e uma prata, em Londres, 2012, além do quarto lugar em Tóquio. O central também é campeão mundial, campeão da Copa do Mundo, campeão da Liga das Nações e bicampeão da Liga Mundial. Atualmente, Lucão joga no Sada Cruzeiro Vôlei, de Belo Horizonte. Em Paris, o gaúcho busca retornar ao pódio olímpico para uma terceira aparição na carreira.

Em Paris, Lucão quer terceira medalha olímpica

Luiza Campos – rugby de 7

Aos 33 anos, a porto-alegrense Luiza González da Costa Campos é considerada uma das maiores jogadoras da história do rugby brasileiro. Em sua carreira, a gaúcha já disputou três Copas do Mundo e dois Jogos Olímpicos pela Seleção Brasileira de rugby de 7. Além disso, participou da conquista da medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2023 e do título nos Jogos Sul-Americanos de 2018. Em 2022, após ser capitã da Seleção na Copa, Luiza foi eleita a melhor jogadora brasileira de rugby do ano no tradicional Prêmio Brasil Olímpico, organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Atualmente, a gaúcha defende o Charrua Rugby Clube, de Porto Alegre. Pelas Yaras, apelido da Seleção Brasileira, também disputa a primeira divisão do Circuito Mundial de Rugby de 7. Em Paris, na terceira Olimpíada de Luiza, o Brasil estreia na modalidade já no domingo, dia 28 de julho, às 12h, contra a dona da casa França.

Luiza CAMPOS

Luiza Campos vai para sua terceira Olimpíada

Mariana Pistoia – esgrima

Advogada, 3º Sargento do Exército Brasileiro e esgrimista, Mariana Nelz Pistoia nasceu em Porto Alegre em 3 de dezembro de 1998. Atualmente, a gaúcha de 25 anos é atleta do Grêmio Náutico União, também da capital gaúcha. A esgrimista disputará os Jogos de Paris na categoria florete, em que já conquistou uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do ano passado e, dentre outras conquistas, foi campeã dos Jogos Sul-Americanos de 2018. Mariana obteve a vaga olímpica ao vencer o Pré-Olímpico das Américas, em abril deste ano, na Costa Rica. A disputa feminina do florete em Paris acontece inteiramente neste domingo, 28 de julho.

Mariana disputa em Paris sua primeira Olimpíada

Mayra Aguiar – judô

Mayra Aguiar da Silva é o principal nome do Rio Grande do Sul e um dos principais do Brasil na disputa dos Jogos Olímpicos de Paris. A judoca porto-alegrense de 32 anos é a única mulher brasileira na história a conquistar medalhas por esportes individuais em três edições olímpicas diferentes: bronze em Londres 2012, bronze no Rio 2016 e bronze em Tóquio 2020. Além disso, dentre muitas conquistas internacionais, Mayra é tricampeã mundial e campeã dos Jogos Pan-Americanos. Desde sempre atleta da Sogipa, de Porto Alegre, a gaúcha compete na categoria de até 78 kg do judô. Em Paris, esta modalidade será inteiramente disputada na próxima quinta-feira, 1º de agosto. Mayra vai em busca de sua quarta medalha, a primeira de ouro. Sua estreia será já nas oitavas de final contra a italiana Alice Bellandi, atual número 1 do mundo.

Em Paris, Mayra busca fazer ainda mais história

Tatiana Weston-Webb – surfe

Dos representantes gaúchos do Time Brasil, uma das mais cotadas para disputar medalha é Tatiana Guimarães Weston-Webb, nascida em Porto Alegre no dia 9 de maio de 1996. Ainda antes de completar um ano de vida, a brasileira se mudou para o Havaí, nos Estados Unidos, onde fez toda sua formação no surfe e se tornou uma das maiores estrelas mundiais da modalidade. Há anos entre as primeiras colocadas na World Surf League (WSL), o Circuito Mundial de Surfe, Tati já foi vice-campeã mundial em 2021, campeã dos Jogos Pan-Anamericanos de 2023 e disputou os Jogos Olímpicos de Tóquio. Neste ano, a brasileira está na sétima colocação do ranking da WSL. Um fator que amplifica as esperanças de medalha é o de a gaúcha ter sido terceira colocada na etapa do Taiti do Circuito Mundial, justamente onde a disputa do surfe nos Jogos Olímpicos acontecerá. A competição nas ondas do mar taitiano irá de 27 a 30 de julho.

Miriam Jeske / COB

Tati é uma das favoritas a conquistar medalha

Thales – vôlei

Thales Gustavo Hoss é mais um representante do Rio Grande do Sul na seleção masculina de voleibol nos Jogos Olímpicos de Paris. Aos 35 anos, o gaúcho de São Leopoldo irá para a sua segunda disputa de Olimpíadas, após estrear em Tóquio no ano de 2021. Apesar da experiência nas quadras, o líbero Thales começou a ganhar espaço na seleção apenas após a aposentadoria de Serginho, lenda da posição. Ainda assim, o gaúcho é campeão da Copa do Mundo, da Copa dos Campeões e da Liga das Nações pelo conjunto brasileiro. Em Paris, o leopoldense irá em busca de sua primeira medalha olímpica.

Thales fala sobre redes sociais e momento da carreira – Web Vôlei

Leopoldense Thales vai em busca da primeira medalha

Viviane Jugblut – maratona aquática

A nadadora Viviane Eichelberger Jungblut nasceu na capital Porto Alegre em 29 de junho de 1996. Aos 28 anos, Vivi, como é conhecida, irá disputar sua segunda Olimpíada. Na edição de Tóquio, em 2021, a gaúcha disputou as categorias dos 800 metros livres e dos 1.500 metros livres da natação de piscina. Agora, em Paris, o desafio será muito diferente. Vivi disputará a prova de 10 km da maratona aquática, que acontecerá no famoso Rio Sena. Nesta modalidade, a porto-alegrense já conquistou duas medalhas de bronze em Jogos Pan-Americanos, uma em Lima 2019 e outra em Santiago 2023. A nadadora do Grêmio Náutico União, da capital gaúcha, conquistou a vaga para os Jogos Olímpicos de 2024 ao obter o 14º lugar no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, realizado em fevereiro do ano passado no Catar. Em Paris, a maratona aquática feminina será disputada por volta das 2h da manhã do dia 8 de agosto.

Vivi disputará os Jogos Olímpicos pela segunda vez

Com atletas de 206 países, a disputa dos Jogos Olímpicos de Verão de Paris irá até o dia 11 de agosto. O Brasil irá em busca do recorde de medalhas em uma única edição, que é de Tóquio, em 2021, com 21 medalhas.

Fotos: Lecobron, CBJ, FIVB, Alexandre Loureiro/COB, Jankovics Villatoro, Gaspar Nóbrega/COB, Rosele Sanchotene, Miriam Jeske/COB e Satiro Sodré/CDBA/Divulgação
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