Uma vacina brasileira contra o Covid-19 recebeu investimentos de reforço. A Versamune®-CoV-2FC, como é chamada, passou a contar com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Da mesma forma, está prestes a receber aprovação para financiamento pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Como resultado, espera-se acelerar o desenvolvimento dos testes necessários para habilitação da vacina perante a Anvisa.
“A tecnologia (…) possibilitará sua fabricação em território brasileiro e licenciamento aos demais países.”
O imunizante é fruto de uma parceria da empresa brasileira de biotecnologia Farmacore com a PDS Biotechnology Corporation. Trata-se da combinação de uma proteína SARS-CoV-2 recombinante com a nanotecnologia da plataforma Versamune®, uma tecnologia patenteada para a ativação das células T. “A tecnologia de produção da vacina é de fácil escalonamento. Dessa maneira, possibilitará sua fabricação em território brasileiro e licenciamento aos demais países”, explica Helena Faccioli, CEO da Farmacore.
Tecnologia de inovação na vacina
O projeto prevê a produção e teste de um antígeno composto pelas proteínas S do SARS-Cov2 (Covid 19). Junto a nove imunogênicos, a tecnologia é capaz de provocar uma resposta imunológica para produção de anticorpos de combate ao coronavírus. Esta é uma inovação importante para diferenciar a vacina daquelas que estão sendo testadas mundo afora, afirma Helena. “Ao mesmo tempo em que induz a produção de anticorpos pelo mecanismo de imunidade adaptativa, também reforça a resposta imunológica diretamente no sistema de defesa celular. Ou seja, forma um poderoso ‘combo’, numa inovação científica de extremo valor”, diz.
Em conclusão, essa será a primeira vacina contra o coronavírus desenvolvida inteiramente no país. Helena reitera que ela possui potencial de integrar os esforços globais na busca de uma prevenção definitiva contra os efeitos da pandemia. Isso ocorre de tal forma que os pesquisadores encontram-se num cronograma acelerado. O objetivo, ela explica, é realizar os testes pré-clínicos até outubro desse ano e o início de testes clínicos no primeiro trimestre de 2021. É provável que a produção industrial inicie, se tudo ocorrer como programado, no segundo semestre de 2021.