Seminário do Cisvale debate direitos, ensino e saúde dos autistas na sala de aula

Por Marina Klein Telles

O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), por meio do Centro Regional de Referência em Transtorno do Espectro do Autismo (Centro TEA – programa Estadual TEAcolhe), deu início na quarta-feira, 14, ao projeto Acolher é Desenvolver. Focado na formação de profissionais da área da educação, com o propósito de elevar a inclusão, manejo e saúde de alunos com autismo na rede pública de ensino. O primeiro módulo, realizado para a Educação Infantil, reuniu mais de 300 profissionais no Auditório do Curso de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). A ação conta com o apoio da universidade e da Sicredi Vale do Rio Pardo.

Promover a cultura da inserção do autismo no ambiente escolar é um dos objetivos do projeto Acolher é Desenvolver do Centro TEA, segundo o presidente do Consórcio, Gilson Becker. “Estamos muito felizes, pois neste auditório com mais de 300 profissionais da Educação Infantil estamos dando o primeiro passo para criar um ambiente mais inclusivo e de aceitação acerca do autismo em nossas escolas. A região está de parabéns pela adesão e participação neste seminário”, declara o presidente.

O primeiro módulo, realizado durante a manhã e tarde desta quarta-feira, contou com a participação da neuropsicopedagoga Vanessa Freitas Nascimento. Conforme ela, a “tríade” formada pelos direitos, cuidado com a saúde e técnicas de manejo com autistas e o ensino devem ser os pilares da formação do profissional da educação. Dividida em três momentos, a fala da especialista contribui para a inclusão por meio da legislação, no que se refere aos direitos já na Educação Infantil em todos os espaços. “O segundo passo foca no plano de ensino individualizado que é um direito e uma luta de todas estas crianças com autismo. Já o terceiro e último ponto que merece destaque diz respeito à saúde mental. Seja da família, dos educadores, dos servidores de uma escola. Como fica a saúde mental de quem precisa lidar com grandes desafios diariamente?” questiona.

No que se refere à lei, Vanessa evoca o direito primário da educação brasileira, que em sua essência tem como garantia o direito à inclusão, personalização e atenção especial do autista. “É de uma importância imprescindível este momento de formação, pois a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) prevê a necessidade de formação continuada. Quando se depara com alunos com autismo, esta necessidade ganha outro patamar, pois há uma necessidade muito grande de conhecer esta criança, no caso da Educação Infantil”, confirma.

Vanessa ressalta que mais que o comportamento faz-se necessário compreender os gostos e necessidades de cada indivíduo com TEA, para então, desta forma, ter o entendimento sobre o que é o transtorno e como ele deve ser administrado em sala de aula. “As variáveis dentro deste espectro precisam ser levadas em conta. E isso só se dá por meio desta aproximação do aluno com TEA, para que sejam feitos o acolhimento e a inclusão verdadeira e significativa dentro de sala de aula.”

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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