SBD-RS se posiciona contra projeto que autoriza bronzeamento artificial no estado

Por Jonathan da Silva

A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção do Rio Grande do Sul (SBD-RS) manifestou repúdio ao projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado (ALRS) que propõe a autorização do uso de máquinas de bronzeamento artificial para fins terapêuticos. A prática é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009 para fins estéticos e classificada pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) como cancerígena para humanos.

O presidente da SBD-RS, Juliano Peruzzo, esclareceu que a fototerapia e o bronzeamento artificial utilizam radiação ultravioleta, mas possuem finalidades distintas. “É importante destacar que as câmaras de bronzeamento artificial não são a mesma coisa que a fototerapia, uma técnica terapêutica amplamente utilizada. Na fototerapia, a radiação ultravioleta B, com comprimento de onda específico para controlar a inflamação da pele, é aplicada de forma controlada para o tratamento de doenças cutâneas como psoríase e vitiligo. Já o bronzeamento artificial utiliza radiação ultravioleta sem controle adequado sobre a dosagem, o que pode colocar a saúde do paciente em risco”, afirmou Peruzzo.

O dirigente também destacou que a fototerapia é supervisionada e utilizada para tratamentos específicos, enquanto o bronzeamento artificial não tem benefícios terapêuticos comprovados e apresenta riscos à saúde.

Riscos do bronzeamento artificial

De acordo com dados da SBD, a exposição ao bronzeamento artificial, mesmo que uma única vez, pode aumentar em cerca de 20% o risco de desenvolver melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele. Para pessoas que utilizam a técnica antes dos 35 anos, esse risco sobe para 59%.

A justificativa do projeto menciona potenciais efeitos positivos no tratamento de doenças dermatológicas, além de benefícios na regulação do ciclo circadiano e na produção de serotonina. No entanto, a SBD-RS alerta que a exposição à radiação ultravioleta é cumulativa e pode levar anos para manifestar danos, tornando o procedimento ainda mais perigoso. A entidade ressalta que há alternativas seguras e cientificamente comprovadas para tratar essas condições, sem a necessidade de recorrer a métodos reconhecidamente cancerígenos.

A SBD-RS afirma que tem reforçado sua posição contrária à medida, alinhando-se à Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Nacional. A entidade lembra que propostas semelhantes já foram rejeitadas em estados como Rio de Janeiro e Paraíba devido aos riscos à saúde pública. A organização solicita que o poder legislativo mantenha a proibição do uso de câmaras de bronzeamento artificial no Rio Grande do Sul.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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