O período que iniciou durante a pandemia fez com que alguns projetos cênicos fossem desenvolvidos ou reestruturados para o modo remoto. Neste cenário de novas experimentações e criações, a Palco Aberto Produtora em parceria com a IN Coletivo Cênico de Porto Alegre apresentam a série “A Comunidade do Arco-Íris”, que será lançada a partir de hoje, 14 de maio, na plataforma digital do projeto.
Com o texto do escritor e dramaturgo Caio Fernando Abreu, as cinco histórias narradas voltadas ao público infantil, serão lançadas aos sábados para serem acessadas gratuitamente de forma remota, seja no computador, tablet ou no celular.
Escrito na década de 70, o texto sofreu uma transposição de linguagem teatral e foi adaptado para comunicar sobre as questões atuais. Conforme explica o dramaturgista, Cleiton Echeveste, o processo de adaptação passou por etapas que transitaram desde o entendimento de diálogo com o público infanto-juvenil, especialmente nas questões relativas ao papel da mulher na sociedade, a forma como se integram diferentes individualidades dentro de um contexto revolucionário e que propõe uma nova sociedade.
“Pensamos como o autor estaria abordando essas questões em 2022, e reconstruímos a linguagem do texto buscando a identidade dos personagens. A obra do Caio foi escrita há mais de 40 anos e apreendeu o espírito de um tempo com uma riqueza humana grandiosa que nos ajuda a recuperar o sentido humanitário e propor alternativas para solucionar os problemas da sociedade atual”, destaca Cleiton.
Durante o processo de produção e criação, a equipe aceitou o desafio de inserir o material com as regras do contexto social do momento, pensando nas mudanças de construção das cenas e montagem dentro de uma nova composição social.
“Tivemos o desafio de adaptar o processo de criação presencial para um processo de criação online, onde cada atriz/ator da equipe responderia aos estímulos criativos em suas casas. A linguagem teatral, o entendimento das composições de voz para a história narrada e composição aos elementos de linguagem visual com recursos caseiros foram a base para a construção das cenas e criação em tela”.
O trabalho com cenografia foi realizado em animação digital, pensando ser um elemento de auxílio para o acabamento na direção de arte e composições do projeto, ajudando na transposição da forma de contar as histórias de uma forma que fosse agradável para as crianças e familiares compartilharem um momento lúdico no lugar que estivessem.
Ainda, segundo a diretora, a proposta de contemplar “A Comunidade do Arco-Íris” com cinco episódios tem como objetivo comunicar com as crianças de forma prazerosa e ir além do formato convencional. Além de escutar os episódios, ainda é possível conhecer os personagens que conversam com os espectadores no início de cada um deles, e assistir como estes escutam as histórias ao serem transportados para um reino fantástico.
“Escolhemos produzir uma história sonora visual pelo fato de percebermos que as crianças estavam absorvendo muitos conteúdos através das telas. Essa oportunidade faz com que elas alimentem a imaginação, se identifiquem com os personagens através de uma história contada e entendam o contexto por meio da audição. E isso também traz a acessibilidade para o projeto”, acrescenta Carolina.
Plataforma interativa e pedagógica
O site A Comunidade do Arco Iris, onde será exibido o projeto, pretende manter uma relação direta com o público e permitir que as crianças entrem no universo dos personagens e de toda a comunidade presente no texto.
“Criamos um conteúdo onde a criança tenha interesse em ouvir. Hoje temos muitas ferramentas de interação digital, e isso também pode ser motivo para dispersão. Com os personagens em tela e escutando a mesma história, é possível despertar ainda mais a atenção das crianças”, afirma a diretora.
Além da interação e comunicação com o público infantil, o site disponibiliza fotos dos personagens e material didático para professores do primeiro ao quinto ano. O conteúdo pedagógico traz ideias de como trabalhar questões socioambientais, um dos temas do espetáculo, com construções de dispositivos que utilizam materiais reciclados, por exemplo.
Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria