Procedimento inédito utiliza realidade virtual para desentupir artéria

Por Eduarda Ferreira

Nos últimos anos, experiências em realidade virtual se popularizaram entre games, exposições e outras atividades. Com isso, o usuário tem a possibilidade de uma imersão única, com a sensação de estar no cenário de jogos, por exemplo. Assim, para além da diversão, essa tecnologia também contribui para a medicina — e um procedimento inédito no Sul do Brasil é exemplo disso.

Em dezembro, um paciente passou por uma aterectomia — desobstrução de vasos sanguíneos. Tabagista, o homem já havia recebido um stent na artéria femoral, prótese que restabelece o fluxo sanguíneo. Entretanto, passado cerca de um ano, o vaso já estava entupido novamente. Assim, para resolver o problema e evitar uma nova obstrução em pouco tempo, profissionais do Hospital Moinhos de Vento utilizaram duas técnicas inovadoras. O cirurgião vascular fez o procedimento com um óculos de realidade virtual, que apresentava as imagens de exame do paciente, com as quais conseguia interagir — além de ter transmissão simultânea do caso. Ao mesmo tempo, a aterectomia ocorreu com um aparelho a laser, que elimina termicamente as placas de gordura no vaso.

É uma honra estarmos participando ativamente no desenvolvimento dessa tecnologia.

“Com o laser, temos uma melhora de 50% para 85% no resultado, diminuindo as chances de entupimento da artéria”, explica o médico Alexandre Araújo Pereira, coordenador do Núcleo de Doenças Arteriais do Hospital Moinhos de Vento, que conduziu o procedimento. Dessa forma, essa é a primeira vez que a aterectomia a laser foi realizada no Sul do país, bem como a aplicação da realidade virtual no período transoperatório.

Para o caso, foi utilizado o óculos Hololens 2. O dispositivo de realidade virtual é desenvolvido pela Microsoft e vem sendo aplicado na área há cerca de um ano, nos Estados Unidos, de forma experimental. Assim, o equipamento chegou ao Brasil no último mês. “É uma honra estarmos participando ativamente no desenvolvimento dessa tecnologia, que será, sem dúvida, de grande importância para a medicina nas próximas décadas”, ressalta Alexandre.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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