O punk rock não está morto

Por Gabrielle Pacheco

Por Gabrielle Pacheco

Vou admitir: não sei todas as músicas do Green Day. Mas eu seria hipócrita de dizer que não gosto dos caras, porque o som deles é incrível. Então, quando surgiu a oportunidade de ir no show deles, nessa terça-feira (7), sabia que seria uma chance única.

A banda de abertura convidada era a The Interrupters, que eu não conhecia, mas curti bastante as músicas, senti uma vibe meio No Doubt, talvez por ambas serem de ska punk e terem uma vocalista mulher. Foi um bom aquecimento para a atração principal, com canções elétricas e animadas e um bom carisma dos membros da banda.

Desde 2012 na estrada, os californianos estiveram em turnê pela primeira vez na América do Sul. A vocalista, Aimee Allen, possui uma voz rouca e bastante singular. Completam o time os irmãos Bivona: os gêmeos Jesse e Justin, e Kevin, o mais velho. As músicas que mais gostei foi She Got Arrested, By My Side e Take Back the Power, contagiantes e com letras interessantes. Vale a pena conhecer um pouco mais do trabalho deles.

Confesso que estranhei o fato de o Anfiteatro Beira-Rio não ter lotado, mas, claro, isso não foi nenhum desânimo para os guris do Green Day terem feito um ótimo show. A última no Brasil com a Revolution Radio Tour, a apresentação iniciou no horário, já animando o público com Know Your Enemy e puxando o primeiro fã ao palco. When I Come Around, do álbum Dookie, levou todos à loucura, acompanhando Billie Joe nos vocais. A banda, formada também pelo baterista Tré Cool e o baixista Mike Dirnt, mostra todos os seus 30 anos de experiência com um show de três horas que passa voando e um fôlego de dar inveja, em que, várias vezes, a plateia não conseguiu acompanhar tanta energia.

Um dos momentos mais memoráveis foi o discurso político de Billie, dizendo “F*ck Donald Trump” e se enrolando em uma bandeira com dizeres de “Fora Temer”. Também pediu aos fãs para não se importarem tanto com fazer fotos para o Instagram e curtir mais  o momento. As músicas do novo álbum que dá o nome à turnê, como Still Breathing e Bang Bang, não trouxeram tanta comoção como as clássicas Basket Case e Holiday, mas renderam várias rodas punks e gritos da plateia. Outras duas fãs foram chamadas ao palco: Janine tocou alguns riffs na guitarra e foi presenteada com ela (confesso que bateu uma invejinha) e outra cantou junto com Billie, além de ter se jogado na plateia.

Foi um show inesquecível!

Fotos: Michael Paz/BMoov
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