A Secretaria Municipal de Educação (Smed) de Novo Hamburgo já está mobilizada para o início do ano letivo de 2024. Nesta quarta-feira, dia 7, o município realiza o primeiro encontro do Seminário de Recepção da Rede Municipal de Ensino 2024, com o objetivo de reunir as equipes diretivas e coordenações pedagógicas das escolas municipais. Para os alunos da educação básica, o ano letivo de 2024 na Rede Municipal de Ensino de Novo Hamburgo começa dia 19 de fevereiro.
As ações iniciaram ainda pela manhã com apresentação dos indicativos da educação de 2023. Segundo os dados do programa Avalia Novo Hamburgo da SMED, de 2016 a 2023 houve um aumento de cerca de 6% no índice de aprovação das escolas municipais. “Isso representa muito em uma rede grande como a nossa. Porque atendemos 24 mil alunos em 91 escolas. O Avalia Novo Hamburgo, nesse sentido, serve como um instrumento pedagógico, já que é instantâneo, o que nos possibilita trabalhar diretamente com esses resultados”, contextualiza a Secretária da Educação, Maristela Guasseli.
Educação midiática
No período da tarde, as equipes diretivas assistiram à palestra Educação Midiática: novos letramentos para o mundo conectado do jornalista e assessor pedagógico, Bruno Ferreira, do Instituto Palavra Aberta. A partir de parceria entre a Smed e o instituto, todos os professores da Rede Municipal terão a oportunidade de participar do curso de formação do EducaMídia, programa que aborda as habilidades necessárias para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente midiático.
O seminário tem como objetivo também, atualizar os educadores para essa nova realidade vivenciada pelos alunos. “Quando a gente fala de mídias e inovação, o que primeiro vem à mente é a robótica, os tablets, os chromebooks, e isso as nossas escolas já têm. A inovação de que falamos é voltada ao que nós precisamos mudar no ensino de modo a estar alinhados com o mundo de hoje”, esclarece a secretária.
O encontro reuniu mais de 300 pessoas e buscou trazer reflexões quanto aos critérios que os jovens possuem na hora de utilizar as mídias e o papel do professor em conduzir um consumo adequado das informações online. “Quais os critérios dos jovens na hora de criar conteúdo? Quem inspira esses conteúdos? Será que eles já questionaram se por trás de um vídeo fofo de gatinhos pode haver um contexto de maus tratos? O papel de ensinar os alunos a serem críticos e avaliarem se aquele conteúdo não fere um animal, uma questão moral ou a própria imagem do jovem que está se expondo na internet, é do educador”, aponta Ferreira.
O jornalista traz ainda que o processo educacional precisa se atualizar em conjunto com as novas tecnologias, ou elas podem representar um risco à sociedade. “Temos hoje uma defasagem da educação em relação aos usos da tecnologia. Dois terços dos adolescentes brasileiros avaliados no Pisa não conseguem distinguir fato de opinião. Isso é uma porta aberta à desinformação. A alfabetização digital está estagnada e isso terá sérias implicações à educação e à cidadania”, explica. Ferreira ainda acrescenta: “Precisamos ensinar os jovens a ter uma análise crítica da mídia!”, finaliza.