Jovens aprendizes adquirem novos conhecimentos em viagens de estudo

Por Stephany Foscarini

Diversas novas vivências e experiências ficarão na memória dos cerca de 130 jovens aprendizes das sete turmas do Programa de Aprendizagem Profissional Rural de 2021. Entre as mais marcantes possivelmente estão as primeiras saídas técnicas e viagens de estudo, realizadas no final de agosto e começo de setembro. As turmas visitaram locais diferentes: os aprendizes de Boqueirão do Leão e Santa Cruz do Sul visitaram a Cooperativa Leoboqueirense de Agricultores Familiares (Cooperlaf), em Boqueirão do Leão; a turma de Canguçu esteve na fazenda Mato Grande, de produção de azeite Verde Louro, em Canguçu; e as turmas de Cerro Branco, Herveiras, Sinimbu e Passo do Sobrado visitaram o Rincão Gaia, em Pantano Grande.

Um dos aprendizes que estiveram no empreendimento de educação ambiental da Fundação Gaia é Ezequiel Vicente, 17 anos, de Sinimbu. Ele contou que aprendeu diversas possibilidades de cuidar do meio ambiente. “Entre outras coisas, tinha lá um tanque com algumas plantas que servem para trata a água e o guia explicou como a água fica limpa por causa da ação daquelas plantinhas”, contou. “Adorei conhecer o lugar, é incrível. E acho muito importante ver coisas diferentes porque é bom sempre expandir nossos conhecimentos, o mundo está evoluindo e temos que evoluir junto”, comentou.

Ezequiel Vicente

Entre os jovens que foram conhecer a fazenda Mato Grande, em Canguçu, está Camila Schellin Goldbeck, de 15 anos. Impressionada com as explanações sobre o cultivo das oliveiras e a fabricação do azeite, ela disse que achou interessante saber como é feito o plantio, a colheita, a fabricação e a comercialização dos seus próprios produtos. “Foi muito bom conhecer como tudo acontece lá na fazenda”, disse. Ao comentar que julga importante os jovens conhecerem empreendedores de sucesso, Camila acrescentou que é bom ver o trabalho tanto dos pequenos como os grandes produtores. “Todos trabalham e administram de formas diferentes e isso faz com que nos inspiremos neles”, acrescentou.

Camila Schellin Goldbeck

E a aprendiz Camily Vitoria Ferreira, 16 anos, moradora do distrito de Alto Paredão, em Santa Cruz do Sul, conheceu um pouco mais a respeito do cooperativismo e do beneficiamento e comercialização de alimentos. Na visita à Cooperlaf, ela disse que aprendeu sobre agroindústrias familiares e teve uma melhor compreensão do que são políticas públicas. “Consegui adquirir diversos conhecimentos novos”, ressaltou. Entre as atividades da cooperativa, ela comentou que achou curioso o processamento do feijão, onde máquinas auxiliam na higienização, separação dos grãos e empacotamento para a venda.

Camily Vitoria Ferreira

Conforme a educadora social Ana Paulo Justen, que acompanhou a turma de Sinimbu ao Rincão Gaia, os jovens, ao conhecerem a iniciativa de José Lutzenberger, perceberam que preservar a natureza também pode ser uma ideia de empreendimento no meio rural. “Eles se sentiram parte do local, da história, e perceberam semelhanças e diferenças em relação às localidades onde vivem. Alguns conheceram o bioma Pampa que não conheciam, pois em Sinimbu predomina a Mata Atlântica”, conta. “Ao ouvirem sobre a regeneração do local, muitos ficaram impressionados ao perceberem que é possível haver recuperação de um espaço devastado”, diz. “Quando se trata de meio ambiente, é preciso conhecer para respeitar”, comenta.

Vivências

O presidente do Instituto Crescer Legal, Iro Schünke, lembra que os jovens, em sua maioria no segundo ano como aprendizes, agora tiveram a oportunidade de algumas vivências que não estavam sendo possíveis por causa da pandemia da Covid-19. E, segundo a gerente do Instituto, Nádia Fengler Solf, as primeiras experiências em saídas de campo em 2021 foram muito boas, pois os aprendizes estão conscientes sobre as medidas de segurança e contentes com as oportunidades de viagens. “Vamos realizar outras viagens de estudo ainda neste ano, pois um dos objetivos do programa é proporcionar aos aprendizes saídas técnicas e contatos com empreendedores que são referência por serem inovadores, além de ampliar horizontes para os aprendizes”, diz.

Saiba mais

O Instituto Crescer Legal é uma iniciativa do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e suas empresas associadas, que tomou forma em 2015 com o apoio e adesão de pessoas envolvidas com a educação e com o combate ao trabalho infantil, em especial em áreas com plantio de tabaco, na Região Sul do País. Desde 2016, 474 jovens rurais de 11 municípios gaúchos já foram beneficiados pelo Programa de Aprendizagem Profissional Rural. Neste ano, estão em andamento sete turmas do curso de empreendedorismo e gestão rural, com atividades que iniciaram de forma remota e, aos poucos, passaram a ser presenciais e a ter novas vivências com as saídas de estudo.

O Programa é pioneiro por proporcionar uma forma inovadora de aplicação da Lei de Aprendizagem em favor dos jovens do campo. Eles recebem salário proporcional a 20 horas semanais e, ao invés de trabalharem nas empresas, realizam suas atividades teóricas nas escolas sede e as práticas tanto no ambiente do curso como em suas comunidades ou em saídas de campo. Para participar, o aprendiz precisa frequentar a escola regular e, com isso, os adolescentes ocupam seu dia no curso e na escola, longe de tarefas impróprias para a idade.

Foto: Junio Nunes/Divulgação | Fonte: Assessoria
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