Governo do Estado prepara estrutura para vacinação contra Covid-19

Por Eduarda Ferreira

Com previsão de o Ministério da Saúde iniciar a campanha de vacinação contra a Covid-19 na segunda quinzena de janeiro, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, juntamente com diretores e técnicos da Secretaria da Saúde (SES) do Governo do RS debateram nesta quarta-feira (13) o detalhamento do plano estadual de vacinação. Assim, conforme informações do governo do Estado, enquanto não existem definições específicas do governo federal para a data de início da campanha e a quantidade de doses a ser enviada aos Estados, a equipe da SES alinha estratégias para a logística de vacinação no RS.

“Assim que a vacina chegar ao Rio Grande do Sul, já temos estrutura e planejamento para iniciar a vacinação”, afirma Arita. Além disso, de acordo com a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Cynthia Molina-Bastos, o processo de vacinação contra a Covid-19 será o mesmo de outras campanhas de imunização, como a da influenza, realizada anualmente. A secretária Arita informou que o Ministério da Saúde sinaliza adquirir todas as vacinas liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e fará a distribuição das doses de forma igualitária entre os Estados. Da mesma forma, o governo do Estado distribuirá aos municípios quantidade proporcional à população a ser vacinada.

Conforme Plano Nacional de Imunização, os grupos prioritários para a campanha são profissionais em contato direto com o vírus. Neste caso, pessoas que trabalham em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), centros de triagem e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu); idosos em lares de longa permanência; idosos fora desses lares com mais de 70 anos; indígenas e quilombolas. A estimativa é de que cerca de 1 milhão de pessoas façam parte dessas populações. “Como a quantidade a ser recebida inicialmente talvez não seja suficiente, teremos de adotar critérios. Assim, se tivermos que fazer escolhas, os primeiros a receber serão profissionais que trabalham diretamente no atendimento a pacientes Covid”, ressalta Arita.

Insumos e armazenamento necessários

Em relação às agulhas e seringas para a vacinação, a SES afirma que no fim de 2020 o estoque disponível era de 4,5 milhões de seringas. Além disso, foram adquiridas, por registro de preços, mais 10 milhões de seringas agulhadas. A entrega desses insumos aos municípios será escalonada e integrada com a distribuição da vacina. De acordo com a secretária, esses itens, além da possibilidade de recebimento de agulhas e seringas do Ministério da Saúde somados aos estoques dos municípios, serão suficientes para atender toda a demanda da vacinação contra a Covid e das outras campanhas que ocorrem em paralelo (como influenza, sarampo e todo o calendário básico de vacinação).

Sobre armazenamento de vacinas, Arita destacou: “temos capacidade adequada tanto em Porto Alegre como nas Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) para armazenar e conservar as vacinas da Covid”. Nas últimas semanas, a SES fez a entrega de 43 câmaras de conservação no interior. Somadas às já existentes nas CRS, agora totaliza estrutura de 96 câmaras refrigeradas.

Logística da vacinação

A rede de logística de vacinação do Rio Grande do Sul é formada por 18 Centrais Regionais de Frio (uma em cada CRS), uma Central Estadual de Distribuição e Armazenamento de Imunobiológicos (Ceadi), dois Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Cries) – um estadual e um do município de Porto Alegre. Além disso, há cerca de 1.800 salas de vacinas em todo o Estado.

A Ceadi tem área de armazenamento de 160 m³, composta por duas câmaras frigoríficas fixas (total de 94 m³) e um contêiner externo auxiliar (59 m³), todos funcionando em temperatura na faixa de 2°C a 8°C. Assim, de imediato, é possível armazenar até 3 milhões de doses de vacina. Para a distribuição pelo Estado, a Ceadi tem um caminhão baú refrigerado, com capacidade de transportar até 600 mil doses por vez. Mais um caminhão baú chegará em fevereiro, e há possibilidade de locação de mais dois veículos e parceria com empresas privadas ou órgãos estatais. “Para agilizar o processo, as coordenadorias e municípios podem vir até Porto Alegre buscar”, informou Arita.

Autonomia dos municípios

Em cada município, a gestão local poderá definir as melhores formas de vacinar sua população e evitar aglomerações, como indicar locais e horários que funcionem melhor para cada realidade. “Também poderão ser deslocados profissionais vacinadores aos lares de idosos e em casos em que as pessoas tenham dificuldades de locomoção”, exemplificou a secretária.

Por fim, o secretário-executivo do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-RS), Diego Espíndola, afirma que os municípios e o Estado trabalham juntos para garantir agilidade e acesso da população à vacinação. “Queremos levar essa vacina aos quatro cantos do RS. Para isso, estamos ampliando a rede de frio do Programa Estadual de Imunizações, que faz com que os gaúchos possam se vacinar o quanto antes”, acrescenta Espíndola.

Foto: Marília Bissigo /Divulgação | Fonte: Assessoria
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