Acessibilidade e inclusão são temas presentes na 47° edição do Festival de Cinema de Gramado. No início da semana, foi exibido em sessão especial no Palácio dos Festivais, o documentário Expedição 21 – Uma jornada pela Independência, que retrata a autonomia de pessoas com Síndrome de Down.
Dirigido por Alex Duarte, o longa conta a história de 18 jovens portadores de Síndrome de Down que tiveram a oportunidade e puderam de fato ter autonomia de viverem sozinhos. Duarte explica que o primeiro passo para essa independência é a imersão em uma sociedade completamente inclusiva.
“Nós tiramos eles do ambiente acolhedor de casa, dos pais superprotetores e colocamos eles numa residência, longe dos pais e também de uma sociedade que às vezes desautoriza essa galera. Então, nós criamos um local que apostava totalmente na capacidade de cada um deles e disso, então, nós conseguimos resultados muito efetivos na área da independência das pessoas com Síndrome de Down”, conta.
Duarte também explica que o Festival de Cinema de Gramado sempre abre portas para produções de cunho social, trazendo para a sociedade um contexto tão importante.
“O Festival de Cinema de Gramado tem esse viés social. Ele sempre traz propostas dentro da área de inclusão social e transforma na tela para que qualquer pessoa com qualquer tipo de deficiência possa assistir de fato e se entreter com aquilo que está vendo”, diz.
O médico neurologista Fernando Gomes também teve participação no documentário. Ele comenta que Expedição 21 demandou muito não só no aspecto emocional, mas também no intelectual, e que o cinema é uma forma de abordagem direta entre as pessoas.
“Nesse reality, a gente ultrapassa os muros da universidade quando a gente discute a inclusão social, o avanço desses próprios jovens com uma vida com mais significado e com muito mais inserção dentro da sociedade”, avalia.
Expedição 21 estreou no dia 17 de julho e mostra de fato os portadores de Síndrome de Down como protagonistas do longa e de suas próprias vidas.
Vinícius Streda, portador de Síndrome de Down e um dos atores do reality afirma que o Expedição 21 trouxe mais segurança para si mesmo, mudando a sua vida e provando, até para ele mesmo, que seria capaz de ser independente.
“Foi incrível e é um orgulho ter participado da Expedição 21. O longa busca dar mais autonomia e independência, e depois disso eu comecei a morar e viajar sozinho, pagando minha própria contas. O primeiro passo é quando a pessoa quer conquistar autonomia. Esse foi o processo que a expedição 21 trouxe, é você correr atrás do que quer para a sua vida e para o futuro”, relata.