Rodeios movimentaram mais de R$ 2 bilhões no RS em 2023

Por Marina Klein Telles

Um estudo realizado pela Universidade Feevale, em parceria com a secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, aponta que, em 2023, os rodeios movimentaram mais de R$ 2 bilhões no Rio Grande do Sul, sendo R$ 980 milhões somente em inscrições para as provas campeiras. O resultado parcial da pesquisa foi apresentado na última terça-feira, 6, durante o 35º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria.

Nesta primeira etapa do estudo, que se propõe a medir emprego e renda gerados pelas tradições gaúchas, os dados são relacionados apenas a rodeios. Só o de Vacaria, que é um exemplo de como as festas campeiras têm potencial para movimentar a economia do Estado, tem um orçamento de mais de R$ 8 milhões em despesas diretas.

No ano passado, ocorreram 3.264 rodeios, festas campeiras e torneios de tiro de laço, 15% a mais do que em 2022. Foram 294 grandes eventos, 1.565 médios eventos e 1.405 pequenos eventos, com um investimento em torno de, respectivamente, R$ 800 mil, R$ 350 mil e R$ 150 mil.

A estimativa para a manutenção anual de 10 mil animais é de cerca de R$ 375 milhões, incluindo alimentação, hotelaria, transporte, vacinas e encilhas. Os gastos com aluguel de gado, nos rodeios, chegam a mais de R$ 73 mil. Em 2023, ultrapassaram os R$ 240 milhões nos mais de 3,2 mil eventos realizados. No ano passado, os investimentos com a parte artística, como ensaios, músicos e coreografias, chegaram a mais de R$ 355 milhões.

Já o gasto anual dos laçadores com indumentária – botas, bombachas, camisas, chapéus e lenços – é de cerca de R$ 30 milhões, enquanto que o investimento do público em geral que frequenta os rodeios é de mais de R$ 52 milhões. “Os rodeios se tornaram muito populares no Rio Grande do Sul, chegando a 3,2 mil festas por ano, uma média de mais de 60 a cada fim de semana”, comenta o economista José Antônio Ribeiro de Moura, professor da Universidade Feevale.

Moura lembra que, comparando com outros setores da economia gaúcha, os números relacionados ao tradicionalismo representam o dobro do que o Brasil exportou de calçados em 2023 e 70% a mais do que a produção de uvas no Estado. “Os números expressivos mostram que as entidades podem ser beneficiadas tanto a partir de leis de incentivo do governo, como de investimentos pelos empresários, que também são capazes de obter um grande retorno se apostarem nesse segmento”, afirma.

Foto: Eliezer Falcão/divulgação | Fonte: Assessoria
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