O doutor em Economia e consultor setorial Marcos Lélis afirmou que o segundo semestre deverá ser melhor para a economia brasileira durante reunião online do Grupo de Inteligência realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) na manhã desta quinta-feira (22). O objetivo do encontro foi dar subsídios para fabricantes do setor poderem traçar estratégias comerciais assertivas para curto e médio prazos. De acordo com o especialista, a economia do país deve crescer em 2024, puxada pelo mercado interno, com a menor taxa de desemprego em mais de 10 anos e o aumento do salário médio.
Segundo Lélis, o PIB brasileiro deve crescer 1,9% em 2024, passando para 2,1% em 2025. “O segundo semestre será melhor do que o primeiro”, afirma o economista. O mercado interno deve seguir sendo o motor desse crescimento, baseado na taxa de desemprego de 6,9% e no aumento da renda média do brasileiro, que passou de R$ 2.948 para R$ 3.113 entre julho de 2023 e julho de 2024. “Por outro lado, são impeditivos de um incremento ainda maior, a persistência do endividamento das famílias brasileiras, hoje em 78,5%, praticamente idêntico ao registro do ano passado”, destaca Lélis, ressaltando que o custo do crédito ainda segue elevado e que os juros elevados ainda impedem que as famílias possam honrar seus compromissos.
Com a inflação controlada (IPCA de 12 meses em 4,2%) e a possibilidade de redução de juros nos Estados Unidos, Lélis avalia que existe espaço para a redução de juros no Brasil, o que poderia aliviar a pressão do endividamento das famílias sobre o consumo. O economista adiantou também que os dados do setor calçadista, que deve crescer em 2024, serão divulgados no evento Análise de Cenários, que será realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em outubro.
Grupo de Inteligência
O Grupo de Inteligência de Mercado da Assintecal tem o objetivo de auxiliar empresas do setor de componentes para couro, calçados e artefatos na adoção de estratégias com base em informações relevantes e projeções para a atividade no curto e médio prazos. As reuniões são realizadas bimestralmente e contam com apresentações de Marcos Lélis.