Comusa busca reservação no Rio dos Sinos

Por Gabrielle Pacheco

O esgotamento dos recursos hídricos e a liberação de indústrias ao longo da bacia são discussões que o diretor-geral da Comusa – Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo, Márcio Lüders, e o diretor de Relacionamento com o Cliente, Silvio Klein, como integrantes do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos) devem levar à pauta. E um antigo tema volta a ser o foco do debate: a criação de reservatórios para armazenamento de água na bacia.

“Nós já passamos por situações complicadas em longos períodos de seca na região e isso demonstrou o quão frágil e o quão dependentes do Rio dos Sinos estamos. Se voltarmos a enfrentar um longo período de estiagem, poderemos colocar toda a bacia à beira de um colapso”, explica Lüders. “A Comusa tem como missão abastecer a cidade com água de qualidade, mas também com sustentabilidade, garantindo o equilíbrio do meio ambiente. E para isso, precisamos considerar ações de longo prazo que possibilitem o armazenamento de grandes volumes de água”, pontua o diretor-geral.

“Se voltarmos a enfrentar um longo período de estiagem, poderemos colocar toda a bacia à beira de um colapso.”

Klein relembra que 2005 e 2012 foram os dois anos de maior seca no Rio dos Sinos e que, por pouco, a bacia não entrou em colapso. “Principalmente em 2005, tivemos a maior seca dos últimos anos. Chegamos a um estado crítico da bacia, mas, graças ao sistema de barragens de Salto, Canastra e Bugres, fizemos a transposição de águas que iriam, originalmente, para o Rio Caí e conseguimos impedir um desastre”, comenta o diretor.

Para Lüders, boa parte das ações e dos estudos já estão apresentados no 1º Plano de Bacia do Comitesinos, mas é hora de colocar eles em prática. “Esse é o momento de começarmos a colocar essa discussão novamente no Comitesinos e buscar esse estudo. O plano foi apresentado em 2014 para que o estudo fosse feito em até quatro anos e, até agora não foi feito. Estamos perdendo tempo que não temos.”

Empreendimentos

Outro ponto que deve ser levado ao Comitesinos é a saída da bacia da Condição Especial, situação em que ela se encontra desde a mortandade de peixes em 2006. Com isso, novos empreendimentos regularizados e dentro da legislação não podem ser instalados ao longo da bacia.

“O problema é que empreendimentos clandestinos acabam se instalando e despejando resíduos sem controle do Município e essa é uma situação ainda pior do que ter uma empresa que vai ser fiscalizada e responsabilizada se não cumprir a lei”, aponta Klein. “Precisamos retirar essa condição especial e legalizar a instalação de empresas.”

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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