Durante o mês de abril, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) está destacando a importância do diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA) como parte das ações do Abril Azul, campanha que busca promover a inclusão e conscientização sobre o tema. A entidade chama atenção para o papel do pediatra na identificação dos primeiros sinais do transtorno e no acompanhamento do desenvolvimento infantil desde os primeiros meses de vida.
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode afetar a comunicação, o comportamento e a interação social da criança, com manifestações que variam em forma e intensidade. Segundo o médico pediatra do Desenvolvimento e Comportamento e membro do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da SPRS, Dr. Renato Santos Coelho, a atuação precoce do pediatra pode ser decisiva na trajetória da criança com autismo. “O pediatra é o profissional que tem a oportunidade de identificar esses aspectos desde muito cedo. Ele muitas vezes realiza consultas ainda no hospital, está presente junto à família no final da gestação e acompanha o recém-nascido já na sala de parto. Esse profissional entra na intimidade da família, tornando-se, de certa forma, o médico da família, e segue acompanhando a criança ao longo do tempo. Por isso, é fundamental que o pediatra conheça o desenvolvimento típico infantil. Esse conhecimento é essencial para que ele consiga identificar, precocemente, os bebês que apresentam um desenvolvimento atípico”, afirmou Santos Coelho.
Intervenções baseadas em evidências
A SPRS reforça que a intervenção precoce, desde que baseada em evidências, pode contribuir para a melhora na qualidade de vida da criança com TEA. As ações incluem a suavização de sintomas, a promoção da inclusão escolar e social e a redução de impactos emocionais, educacionais e econômicos para as famílias e para a sociedade.
Formação contínua é necessária
O aumento na prevalência de casos de TEA, associado à ampliação dos critérios diagnósticos e ao desenvolvimento de novos instrumentos de rastreamento, aponta para a necessidade de formação continuada dos profissionais da saúde, além de educadores e familiares, como medida essencial para garantir o suporte adequado às crianças com o transtorno.