Complexo Hospitalar da Unimed realiza primeira cirurgia robótica em Novo Hamburgo

Por Marina Klein Telles

O Complexo Hospitalar da Unimed Vale do Sinos realizou em 5 de abril, a primeira cirurgia robótica da Região. O procedimento foi realizado em um paciente de 70 anos, para o tratamento de câncer de próstata, na qual é retirada toda a glândula e alguns tecidos à sua volta, incluindo as vesículas seminais. A operação levou cerca de 3 horas para ser concluída e estiveram presentes para o procedimento 11 profissionais, entre médicos e técnicos.

A cirurgia robótica permite benefícios para todos os envolvidos.

A cooperativa recebeu o robô cirúrgico Da Vinci®X no final de março e o valor total do investimento em tecnologia, equipamentos e capacitação foi de 12 milhões de reais. O médico responsável pelo primeiro procedimento robótico foi o Dr. Lucas Lampert.

Na inauguração da plataforma, que antecedeu a realização do procedimento, Luis Carlos Melo, presidente da Unimed Vale do Sinos, falou sobre a importância de trazer a tecnologia para o Vale do Sinos, destacando que “a cirurgia robótica permite benefícios para todos os envolvidos. Os pacientes têm menos dor pós-operatória, menos sangramento, uma recuperação mais rápida, menos tempo de internação, menores complicações intra e pós-operatórias”.

Dr. Lucas Lampert, responsável por realizar a primeira cirurgia robótica no complexo.

Mais segurança e bem-estar

No caso da prostatectomia robótica, o paciente sofre brevemente com incontinência urinária – que é a incapacidade de controlar a bexiga – fazendo-se o uso de sonda, mas logo retorna o controle do sistema urinário, já no caso da cirurgia tradicional, poderia levar semanas ou, em casos mais graves, não retornar.

O Dr. Lucas Lampert, responsável pelo procedimento, explica que o mesmo é muito delicado pois lida não apenas com uma questão de saúde – a remoção de um câncer -, mas também afeta o emocional do paciente, por conta do alto risco de disfunção sexual pós cirúrgico. “Esse diagnóstico vai além de uma questão de saúde, ela mexe com a masculinidade do paciente. Com o novo método, temos mais segurança e precisão na hora de realizar as incisões, diminuindo os riscos de afetar certos nervos e tecidos que causariam a disfunção sexual e a incontinência urinária caso removidos”, avalia.

O urologista Marlon Fiorentini, também presente na coletiva, explicou sobre o funcionamento e operacionalização da Da Vinci®X e a importância do processo de inovação aliado à busca pelo bem-estar humano e mais qualidade na saúde. Ao vivo, durantes os primeiros minutos do procedimento, o coordenador do Programa de Medicina Robótica da Unimed Vale Do Sinos, André Berger, explicou sobre o posicionamento do paciente e o funcionamento da máquina, na qual o Dr. Lampert se posicionou e controlava os braços robóticos a partir de uma espécie de “joystick”, como descrito por Berger.

Sobre a Da Vinci®X System

A plataforma pode ser utilizada em diversos procedimentos dos menos aos mais complexos, como casos de oncologia que necessitam de intervenção cirúrgica. Dentre as especialidades para as quais a Da Vinci mais pode ser utilizada estão: Ginecologia, Urologia, Cirurgia Geral, Bariátrica, Colorretal, entre outras. Ela funciona de forma remota, com o cirurgião operando a máquina à distância por meio de braços mecânicos que, além de micro tesouras, bisturis e cauterizadores, possuem câmeras em alta resolução que permitem melhor visualização ao longo dos procedimentos.

Demais profissionais, como técnicos de enfermagem, anestesista e outros cirurgiões assistentes, acompanham o procedimento através de diversas telas espalhadas na sala. O sistema ainda recebe suporte de um engenheiro em computação que fica a postos em caso de necessidade. O equipamento de ponta é atualmente produzido na Califórnia-EUA, e é considerado modelo de última geração no cenário mundial.

Fotos: Marina Klein Telles/Expansão
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