Vereadores criticam atuação da fiscalização em Santa Cruz

Por Gabrielle Pacheco

Os vereadores fizeram duras críticas à atuação Comitê de Crise e também da fiscalização para o comércio em Santa Cruz do Sul. Diversos vereadores fizeram uso da tribuna para se manifestar sobre o assunto na sessão da última segunda-feira, 15. O vereador Francisco Carlos Smidt, Carlão, do PSDB, cobrou que o Poder Público tenha sensatez para com as questões relacionadas às restrições ao comércio. Ele cobrou o rigor da vigilância em relação aos estabelecimentos comerciais do município, que classificou “quase como um quadro de terror e falta de bom senso”. Carlão citou o caso de uma marcenaria na qual os funcionários estavam sem máscara em alguns momentos e acabou autuada pela fiscalização. “Há de se ter calma, inclusive para com as pessoas que atuam como fiscais para tratar com humanidade as situações e não como casos de polícia”, observa. Smidt classificou o ato de excluir o presidente da Câmara do Comitê de Crise, como desrespeitoso com o Poder Legislativo. “Não vejo com grande prejuízo. Penso até que deva ser extinto ou transformado, porque ele cumpriu com sua finalidade, no início da pandemia. E hoje essa realidade é outra e essas decisões estão embasadas em protocolos do Governo do Estado. E o município faz as adequações em cima dos dados do Estado”, citou.

Carlão ainda cobrou a presença da Câmara de Dirigentes Lojistas no Comitê. “Um dos representantes mais autênticos não está presente, que é a CDL. Tem a Assemp, mas não vejo a entidade como uma autêntica representante dos lojistas. O comércio quando quer encaminhar algo, como a questão do uso dos provadores, precisa ficar mendigando ao gabinete de crise”, revelou. Ele questionou o fato dos provadores ainda não estarem liberados. “A fiscalização fica procurando na loja para ver se não tem ninguém usando os provadores nas lojas, sendo que no Estado já está liberado. Os restaurantes e o comércio são os patinhos feios desta pandemia”.

O vereador Bruno César Faller (PDT), disse que parece que em Santa Cruz “querem ser mais realistas que os reis”. “Já temos um decreto estadual que é muito bem construído e formas de controle. Parece que aqui na cidade querem ser mais pesados que o decreto estadual. E ficamos aqui batendo cabeça em assuntos que não tem necessidade de ficarmos perdendo tempo”, salientou.

O presidente da Câmara, Elstor Desbessel, do PL, disse que o empresário é um empreendedor, um grande gerador de empregos. “E hoje os empresários são vistos como marginais, precisam encontrar alternativas para trabalhar e vender. Quero que o Executivo olhe o ISS que o comércio e a construção civil geraram para o município”, destacou. Segundo ele são as empresas as geradoras de empregos e de desenvolvimento de Santa Cruz do Sul. “Se ainda temos pessoas que insistem em investir em nossa cidade, elas merecem uma atenção especial”, citou.

Reinventar

Já Mathias Bertram reforçou que o comércio não seja tão penalizado. “As empresas estão passando por um momento muito delicado. É muito fácil falar que é preciso se reinventar. Não é tão simples. Porque temos a Marechal Floriano com os aluguéis mais caros da cidade. Se fosse fácil se reinventar, poderíamos cada um ter seu comércio dentro do seu carro, por tele-entrega e drive thru, que estaria resolvido”, ressaltou. Ele destacou que a partir do Gabinete de Emergência é preciso seguir no mínimo os protocolos do Estado. “Destaco a questão do Esporte, a reabertura das escolinhas, dos campos de futebol. Estes protocolos estão demorando demais para sair. Nossa estrutura de saúde é tão boa, mas na ponta não reflete aos comerciantes”. Ainda pediu a inclusão a escola de línguas nesta liberação para retomarem suas aulas, pois segundo ele, são 200 professores que estão paralisados, sem renda.

Bertram revelou ainda que não se trata de choro de empresário, mas é quem paga a conta, a leitura da realidade. “O empresário é o que responsável pela criação de empregos e gera renda. As pessoas crucificam o empresário. Ele não quer o lucro, ele quer manter os empregos”. O vereador destacou que é preciso retomar toda a roda da economia para voltar a gerar renda, pois irá faltar dinheiro para os impostos. “Ninguém vai subreviver dos R$ 600,00 para sempre. Lá adiante vai faltar dinheiro para a educação, para a saúde, para a merenda escolar. Não tem mais fluxo de caixa. Então, o problema vai vir depois. Se o empresário não puder trabalhar minimamente, vai faltar dinheiro depois”. Ele também quer que as entidades do comércio – CDL e Sindilojas – sejam mais ouvidas pelo Comitê de Crise.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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