A Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) de Campo Bom oficializou sua posição contrária ao atual projeto do Bloco 1 de concessões rodoviárias do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (11). A decisão foi tomada durante uma reunião extraordinária do Comitê da Regional de Campo Bom, que discutiu os impactos dos pedágios previstos para a ERS-239, com a presença do deputado estadual Joel Wilhelm (PP).
O deputado Wilhelm, que vem articulando uma mobilização contra a proposta, classificou o projeto como equivocado. Segundo o parlamentar, o pacote não contempla melhorias essenciais para as rodovias da região e apresenta custos operacionais e administrativos que considerou “extremamente elevados”. Wilhelm comparou o modelo ao do Bloco 2 e afirmou que os valores previstos no Bloco 1 são “absurdos”. Ele destacou que o plano prevê R$ 6 bilhões em investimentos e uma arrecadação estimada em R$ 15 bilhões ao longo de 30 anos de contrato. O deputado convocou empresários e a comunidade a assinarem um abaixo-assinado e a estarem presentes na Assembleia Legislativa no dia 16, a partir das 14h, para um debate no Grande Expediente. “O apoio de entidades como a ACI é fundamental neste momento”, enfatizou Wilhelm.
Posicionamento da diretoria da ACI
O diretor da ACI, Fauston Saraiva, reafirmou a postura da entidade. “O valor proposto para as tarifas de pedágio é um absurdo. Ele onera de forma excessiva os usuários, reduz a competitividade das empresas e pode comprometer o desenvolvimento regional se não for revisto com transparência e justiça”, avaliou Saraiva. O dirigente destacou que a associação é favorável à construção e melhorias nas rodovias, mas alerta que iniciativas desse porte não podem recair sobre a população nem serem implementadas sem amplo debate.
A ACI solicitou ao Governo do Estado a apresentação detalhada da planilha de investimentos, com transparência, para permitir o acompanhamento e a fiscalização por parte das entidades e da sociedade civil.
Alternativa proposta
Como alternativa ao modelo de concessão proposto pelo governo estadual, o deputado Joel Wilhelm sugeriu o uso dos recursos do Fundo Estadual de Infraestrutura (Funrigs) — estimados em R$ 1,5 bilhão — para custear as obras necessárias. A proposta é destinar esses valores à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), garantindo melhorias na região sem aumento de impostos e com a criação de apenas alguns postos de pedágio específicos, localizados em novas rodovias ou trechos duplicados.


