Passado, presente e futuro ligados a uma cultura de pertencimento e representatividade. Essa é a essência do livro “Nós não estamos sozinhos – História de fé e luta de Santa Clara do Sul”, do jornalista Eduardo Dorneles, que conta a trajetória do município do Vale do Taquari emancipado há 31 anos.
Segundo Dorneles, a obra parte da colonização germânica da região ainda no século 19, visita momentos históricos, como o combate vitorioso dos colonos contra os maragatos na Revolução Federalista, e detalha o importante processo de emancipação no início dos anos 1990. “Além disso, o livro não tem receio de tocar em pontos que geralmente uma narrativa coletiva, ainda mais de comunidades com tradições tão fortes, prefere evitar. Por exemplo, o passado da relação dos imigrantes germânicos no Vale do Taquari com pessoas escravizadas”, explica.
Para conduzir o leitor por esse trajeto, Dorneles confabula a partir de personagens centrais na história de Santa Clara do Sul, do Vale do Taquari e de outras regiões. O objetivo é imaginar como essas pessoas, algumas com poucos registros documentais, colaboraram para o desenvolvimento da cidade. “A escolha foi por explorar o potencial da literatura e envolver o leitor. Para isso, a obra conta com um narrador e parte da jornada é compreender quem ele é”, conta.
A obra teve colaboração direta de Patrícia Schneider, Neli Galarce Machado e Marcos Rogério Kreutz, pesquisadores do Centro de Memória, Documentação e Pesquisa da Univates. Idealizado pela administração municipal com o patrocínio da Sicredi Integração RS/MG, a obra foi desenvolvida por Dorneles em parceria com o Alfa – Estúdio de Conteúdo e Estratégia.
Segundo Sérgio Sant’Anna, diretor do Alfa, a trajetória da comunidade de Santa Clara do Sul proporcionou aos pesquisadores um rico material cultural, que inspirou Dorneles a uma narrativa por vezes eloquente, por vezes sensível e emocionante. “‘Nós não estamos sozinhos’ desvenda percursos pouco explorados na história do Rio Grande do Sul e ainda nos entrega uma rara abordagem literária, com o narrador situado em um ponto de luz ético e espiritual”, conclui.
Sobre o autor
Eduardo Dorneles é de Porto Alegre e jornalista formado pela Universidade Luterana do Brasil. Já foi premiado por produções e coberturas especiais, como o Prêmio Ari-Banrisul de Jornalismo 2017, na categoria Jornalismo Universitário Web, e o Prêmio de Jornalismo da Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul 2018. Em 2020, publicou seu primeiro trabalho inteiramente ficcional, o conto “A redenção entre os joelhos”, no livro “Quarentenas: textos de uma quarentena criativa”, da editora Palavra Bordada. Através da plataforma Amazon Kindle, publicou também os contos “Dois sub-homens e um youtuber”, “Eu não gosto de pornô” e “Ninguém sente como sentia com 18 anos”.