Será reinstalada nesta terça-feira (04), na Assembleia Legislativa, a Frente Parlamentar das Oliveiras. A retomada do colegiado, a partir de proposição do deputado Marcus Vinícius de Almeida, que assume a presidência do grupo de trabalho durante a licença do secretário de Estado Beto Fantinel, que propôs a coalizão em 2021, visa atender aos anseios do setor no parlamento gaúcho.
Natural da metade sul do estado, que vê sua economia fortalecida com o aquecimento do setor, Marcus Vinícius considera que as oliveiras representam uma grande alternativa para a agricultura do estado, principalmente para a Região Sul. “Existe um espaço eminente no mercado interno, apenas 1% do consumo é de azeites brasileiros. O futuro do agronegócio gaúcho e brasileiro passa por esse setor, que precisa ser acolhido, representado e bem cuidado”, assegurou o parlamentar.
Durante o ato de reinstalação, que está programado para às 18h, no Salão Júlio de Castilhos, também está prevista a posse da nova diretoria do Instituto Brasileiro da Olivicultura (Ibraoliva). O presidente reeleito da instituição, que será reconduzido ao cargo durante a cerimônia, Renato Fernandes, interpreta que a evolução do setor passa pela união com o setor público. “O executivo e o legislativo precisam estar ao nosso lado. Sabemos que a legislação pode nos ajudar, mas também pode nos atrapalhar e ter a frente parlamentar ao nosso lado é muito importante. Queremos e temos potencial para sermos os principais produtores de azeite de oliva do mundo”, exaltou Fernandes.
Projeções
Dentre as atividades que a Frente Parlamentar das Oliveiras realizará está a construção da adaptação da legislação estadual que garanta certificação de qualidade, trazendo segurança ao produtor e consumidor, e a paridade comercial. O deputado afirma que o grupo de trabalho também organizará um seminário para definição dos parâmetros dos azeites de oliva virgem e extra virgem no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul. “O setor vem se sentindo prejudicado com a concorrência danosa de produtos europeus de baixa qualidade e que entram no mercado brasileiro sob o título de azeite extra virgem quando na verdade são produtos manipulados e com procedência pouco rigorosa”, categoriza.
Além disso, Marcus Vinícius lista como prioridade a busca, por meio de emenda parlamentar do grupo, do financiamento de duas pesquisas acadêmicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A primeira delas, segundo o deputado, é para o aproveitamento dos resíduos das azeitonas após a prensagem, e a segunda é sobre a utilização das folhas das oliveiras — que passam por podas todos os anos — na aplicação da fitoterapia. Marcus Vinícius explica que investir na pesquisa é também fomentar o setor: “É a base de todo o processo. Essa questão dos restos do alimento após a prensagem precisa ser trabalhada aqui no Estado. Em outros países, esses resíduos já são aproveitados em cosméticos e outras atividades. Precisamos solucionar outros problemas a partir disso”, explica.