Disposto a ampliar a cooperação técnica entre a iniciativa privada e o setor público, o deputado Issur Koch (PP) realizou na quarta-feira (7) o lançamento da Frente Parlamentar em Apoio ao Cultivo Sem Solo – Hidroponia no RS. A iniciativa é pioneira entre todas as Assembleias Legislativas do País. “O grupo de trabalho emerge como um marco crucial em nossa missão com o desenvolvimento sustentável e inovação na Agricultura. Este é um passo importante na promoção de práticas agrícolas modernas e eficientes, com ênfase especial no cultivo hidropônico”, disse o parlamentar.
A Frente, com a participação de 28 deputados, conta com a participação de representantes do setor, pesquisadores e acadêmicos, além da Plataforma Hidroponia, dedicada a gerar conteúdo e difundir a causa hidropônica. Issur destacou que o trabalho está alinhado com a proposta da nova Mesa Diretora da Assembleia Gaúcha, cujo foco da gestão está na reservação de água, irrigação e piscicultura. “Cada gota conta neste processo, e a hidroponia está aí para nos lembrar que podemos cultivar a partir da racionalização da água e dos espaços de plantio”, destacou o deputado.
Colaboração
Roberto Lange, CEO da Plataforma Hidroponia e um dos idealizadores da Frente Parlamentar, elogiou a proposta sobre o tema e reforçou que o cultivo sem solo proporciona a produção em regiões urbanas, racionalização dos recursos hídricos e mais postos de trabalho. “Hoje é um dia histórico para a hidroponia no Rio Grande do Sul e no Brasil, na medida que as portas do Parlamento se abrem para apoiar o setor”, resumiu.
Para o professor Jorge Luiz Barcelos de Oliveira, diretor do Laboratório de Hidroponia da Universidade Federal de Santa Catarina (LABHIDRO), essa forma de plantar é uma oportunidade de o agricultor trabalhar em um lugar limpo e ter mais qualidade de vida. Também presente, o professor e fundador da Hidroponic, Adriano Delazari, disse que a empresa se dedica, desde 2012, a divulgar o conhecimento para produtores, empresas e pesquisadores. “Vejo essa Frente Parlamentar como um motivador para abrir mais espaço dentro das escolas agrícolas, dentro das universidades e formar mais técnicos com essa qualificação, além de motivar os produtores”, completou.
Claudiomar Sidnei Flor, professor associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e especialista em substrato para plantas, referiu a necessidade atual de produção maior de alimentos em menor espaço.
O deputado Sergio Peres (Republicanos) prestigiou a solenidade e disse que a proposta de Issur dialoga com outra iniciativa sua. “Presido na Assembleia a Frente Parlamentar da Aquicultura, Piscicultura e Aquaponia. A Frente Parlamentar da Hidroponia se soma a esse esforço conjunto da Casa de promover alternativas de renda ao produtor rural”, concluiu.
De acordo com o Anuário Brasil Hidroponia, a estimativa é de que a área ocupada com estufas hidropônicas cresça cerca de 30% ao ano no país. As culturas mais difundidas nessa técnica são de folhosas e tomate, mas produtores também cultivam hortaliças, vegetais, frutos, flores, mudas de arbóreas e forrageiras para alimentação animal. No sul do Brasil, onde a maior dificuldade são as baixas temperaturas, o cultivo sem solo ganha espaço principalmente porque o plantio fica protegido das variações climáticas como chuva, geada e vento.