Assumir a presidência de uma empresa que é pioneira no segmento de calçados infantis e está em constante crescimento no mercado brasileiro há mais de 70 anos é um desafio e tanto. Liderar uma equipe e mantê-la engajada é fruto de líderes maduros que inspiram colaboradores. Em empresas familiares, como a Calçados Bibi, sucessões no cargo de presidência são inevitáveis com o passar dos anos.
um dos maiores desafios vividos profissionalmente, sem dúvida, foi enfrentar o início da pandemia.
O principal desafio é manter o legado e DNA da marca com excelência na próxima gestão. E sabemos que todo o processo é minucioso, ou seja, a passada do bastão não pode e não deve ser feita às pressas. Em abril de 2019, data em que a marca comemorou os 70 anos de atuação da Bibi no Brasil, foi finalizado o processo que contou com várias etapas e durou exatos sete anos. Dessa forma, Andrea Kohlrausch ocupou o lugar de seu pai e antecessor na presidência.
No dia 25 de abril de 2019, o empresário Marlin Kohlrausch, que atuava na empresa há 45 anos, sendo mais de 40 como presidente, terminou seu mandato. Para sucedê-lo, sua filha Andrea foi indicada pelos diretores e pelo Conselho Consultivo para ocupar o cargo de presidente. Na ocasião, a então diretora era responsável pela área de varejo e expansão de franquias da rede. Após o anúncio, a atual presidente contou com todo apoio da diretoria, já que a nomeação para o cargo está em linha com as diretrizes estratégicas do Conselho Consultivo.
Quando o processo começou, os herdeiros da terceira geração começaram a ser desenvolvidos e capacitados para a sucessão. Timing certo para promover tais mudanças. “A minha escolha teve como base o desafio dos próximos anos para perpetuação da marca. Indicar uma diretora que atua na empresa há mais de 20 anos, conhece a operação completa e tem grande conhecimento de varejo e mercado, buscando a evolução da marca para os próximos 70 anos foi a decisão final do conselho. Vale ressaltar que todos os envolvidos que participaram deste processo estavam aptos para atuar como líderes e, após o anúncio, se colocaram à disposição para auxiliar de forma efetiva a nova gestão. Isso é trabalhar em equipe”, revela a presidente da Bibi.
É importante destacar que para que essa movimentação dê certo em toda e qualquer empresa, é preciso que a sucessão seja bem organizada e feita de forma saudável. É possível tornar o negócio ainda mais competitivo, seguindo sempre as diretrizes e os valores da empresa, ou seja, isso nunca pode ser deixado de lado. Na Bibi, o principal norteador é o propósito, que é pra criança ser criança. Assim, Andrea assumiu a 3ª geração recebendo uma empresa saudável em todas as frentes de negócios e com a missão de tornar a Bibi uma marca global de desejo. O foco é evoluir o legado deixado sem mudar a essência da marca, que se manteve viva e sadia por anos.
“Um dos maiores desafios vividos profissionalmente, sem dúvida, foi enfrentar o início da pandemia, em março de 2020. Foi um teste de fogo. No presente, de forma muito intensa, tínhamos que tomar decisões. Estava recém completando 11 meses na posição de presidência. De uma hora para outra, vimos a nossa rede de franquias seguindo decretos, tendo que fechar as portas, bem como as multimarcas do Brasil e parceiros também no exterior. Tudo fechou, tivemos que, de uma hora para outra, conceder férias coletivas nas unidades industriais, home office com times reduzidos e, posteriormente, começamos a administrar reduções de jornada. O início e durante os diversos meses foi como dirigir um carro durante uma tempestade, não tínhamos visibilidade futura sobre quando as lojas físicas poderiam reabrir. Nosso guia, além do foco no caixa, foi resgatar os valores, seguir nosso propósito, acelerar os projetos de transformação digital, direcionar os times para a integração e foco na solução, e buscar em todas as ações a preservação da saúde das pessoas e o equilíbrio na relação com todos os stakeholders. Não vencemos o coronavírus, mas o pior já passou”, finaliza a presidente.