A Secretaria da Saúde de São Leopoldo (Semsad) iniciou em 2025 a digitalização das visitas domiciliares realizadas pelos agentes comunitários. A mudança substitui os registros em papel pelo uso de tablets com sistema Android, permitindo que os dados sejam atualizados em tempo real durante o atendimento às famílias. De acordo com a administração leopoldense, o objetivo é ampliar a eficiência, garantir maior segurança das informações e facilitar a tomada de decisões na rede pública de saúde.
A agente comunitária de saúde Janete Kaufmann, que atua há 18 anos na Prefeitura, conta que a rotina mudou com a nova ferramenta. “Antes a gente anotava tudo no papel. Demorava até uma semana para eu conseguir digitar no sistema por meio de um computador na unidade básica de saúde, que era disputado pelos outros colegas. Muita coisa se perdia ou deixava de ser importante, pois o tempo passou”, relatou Janete.
Segundo a agente, a tecnologia também evita falhas no preenchimento das informações. “Isso aqui foi a melhor coisa que inventaram. Tem que colocar a idade, gênero, doenças prévias, registrar tudo, do contrário, a operação não se completa. Isso traz segurança para o usuário e faz com que a gente preencha todos os dados de forma correta, que no futuro serão utilizados para diagnóstico ou para conhecimento do histórico”, explicou Janete.
Acompanhamento das famílias
Moradora do bairro Santos Dumont, Tainara Vieira, de 26 anos, destacou a confiança no trabalho da agente de saúde. “A Janete conhece todo meu histórico, sabe onde moro, o que eu faço, confio muito nela. As informações que ela tem, às vezes a gente nem lembra”, comentou Tainara. A leopoldense vive com a filha Allana, de 5 anos, o marido Wilson e aguarda o nascimento do segundo filho. Segundo os registros da agente, o pré-natal de Tainara e as vacinas da filha estão em dia.
Projeção de recorde
De acordo com a secretária da Saúde de São Leopoldo, Kelbe Gonçalves, o ano de 2025 deve registrar o maior número de visitas domiciliares da história da cidade. “Os tablets também possuem uma série de validações, que auxiliam a melhorar os cadastros de cada paciente. Ajudam a conhecer melhor a população. Onde vivem. Como vivem. Quais problemas de saúde. E isto será importantíssimo inclusive para novos financiamentos”, afirmou Kelbe.
No início do ano, a Prefeitura adquiriu 70 tablets modelo Multilaser M10, equipados com sistema Android 14. Os agentes receberam capacitação e passaram a atualizar o sistema durante as visitas, integrando diretamente as informações ao banco de dados da Secretaria.
Investimento em saúde digital
A modernização também inclui aplicativo integrado ao software de gestão e prontuário eletrônico, que funciona mesmo sem internet. A ferramenta dispõe de geolocalização por GPS, registro de visitas, emissão de relatórios e armazenamento das condições de saúde das famílias. O investimento totalizou R$ 87 mil nos equipamentos, além de custo anual de R$ 32.964 para o módulo de mobilidade.
A secretária Kelbe destacou a importância da medida. “A digitalização da saúde é fundamental para melhorar o acesso, a eficiência e a tomada de decisões baseadas em dados reais”, comentou a titular da pasta.
Informações estratégicas
O diretor de Saúde Digital de São Leopoldo, Tiago Sperb Machado, reforçou que a tecnologia fortalece o trabalho dos agentes comunitários. “Esses registros são analisados em relatórios e painéis de monitoramento para subsidiar a tomada de decisão, e podem ser aplicados em novas buscas ativas digitais via WhatsApp, em ações relacionadas a condições específicas de saúde, como faixa etária, bairro, entre outras variáveis. Isso nos permite priorizar quem mais precisa”, explicou Machado, que acrescentou que a digitalização também reduz custos ambientais e logísticos. “Se considerarmos a média de visitas atuais, as folhas de papel antes utilizadas para o registro equivaleriam, em apenas um ano, a um prédio de dois a três andares. E queremos mais: estamos trabalhando para que as visitas domiciliares cheguem ainda mais às famílias leopoldenses”, afirmou o diretor.


