O Rio Grande do Sul teve um crescimento de 23,5% nas denúncias para o Ligue 180, dispositivo central na estratégia de enfrentamento da violência contra a mulher no país, nos sete primeiros meses de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado. No total, foram 4,1 mil denúncias ante 3,3 mil em 2023. No país, o total de ligações foi de 84,3 mil, aumento de 33,5% comparado com o ano anterior.
Dentre as denúncias realizadas em solo gaúcho, 2.432 foram feitas pela própria vítima, enquanto em 1.696 casos uma terceira pessoa foi a denunciante. Além disso, 1.858 denúncias foram realizadas de dentro da casa da própria vítima, cenário que se mantém como o principal local onde as situações são registradas.
Em relação à faixa etária, o maior número de denúncias está acontece entre mulheres de 45 a 49 anos, com 913 casos. Na cor da pele, as mulheres autodeclaradas brancas são as vítimas mais frequentes nas denúncias, com 2.644, e são os seus esposos e companheiros, ou ex-companheiros, os que mais cometem atos violentos, com 1.795 casos.
O Governo Federal anunciou neste mês mais uma reestruturação no Ligue 180, que agora passa a trabalhar com total independência em relação à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. De acordo com o Ministério das Mulheres, a mudança retoma o Ligue 180 como um serviço de utilidade pública essencial ao enfrentamento à violência contra mulheres. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. “O 180 tem a característica de ser muito mais preventivo e colaborativo. Gostamos de dizer que se você precisa de informações, Ligue 180. Se você está em uma situação de emergência, ligue 190”, pontua a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. “Muitas vezes tem um vizinho, uma amiga, que não sabe o que fazer quando vivencia uma situação de violência contra a mulher. O Ligue 180 é essa referência”, completa a ministra.