Retomada econômica virá do agronegócio

Por Gabrielle Pacheco

O “Tá na Mesa” desta quarta-feira, 24, reuniu os presidentes do Banrisul, Claudio Coutinho e do Badesul, Jeanette Lontra, para falarem sobre algumas ações no enfrentamento à Covid-19, no âmbito de cada instituição financeira. A presidente da agência de fomento gaúcha afirmou que “o foco da instituição é seguir como parceiro em PPPs (Parcerias Público-Privado) do saneamento básico em cidades do interior do Estado”.

Outra ação de solidez do Badesul está na habilitação do PRONAMPE, via Banco do Brasil, a partir do próximo semestre. Apenas na Instituição, o standstill (congelamento de dívidas) alcançou a cifra de R$ 265 milhões, além da suspensão de pagamentos de contratos por seis meses, tudo sem cobrança de taxas.

O Banrisul, principal instituição financeira estadual do Brasil, se alicerçou em dois fronts de atuação: Saúde e Emergência Econômica. Conforme dados divulgados pelo presidente Claudio Coutinho, o banco, em tempo recorde, alocou quase toda sua estrutura de servidores na modalidade home office. ”São mais de 10 mil funcionários e registramos, apenas, 28 casos. 20 estão recuperados e 8 estão sob investigação”, disse. Hoje cerca de 6,5 mil colaboradores executam o teletrabalho e pouco mais de 3 mil de forma presencial, divididos entre a sede, em Porto Alegre e mais de 500 agências.

Para o executivo “o Banrisul já vive o novo normal”, que segundo ele é representado pela maior integração tecnológica e a menor necessidade da presença física em agência. A pandemia de coronavírus fez com que o Banrisul promovesse um programa de repactuação ou prorrogação de contas que chega a R$ 4,5 bilhões e mais R$ 713 milhões voltados em títulos de crédito rural.

O Badesul (que detém 40% de seus clientes no agronegócio) e Banrisul acreditam que a recuperação econômica virá do campo. A afirmação positiva é fomentada pelas condições econômicas do pós-pandemia (juro baixo e câmbio mais elevado). “Cenário que tende a permanecer por um longo tempo”, estima Coutinho.

Para o vice-presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, que é produtor rural “câmbio valorizado repercute em uma rápida recuperação do agribusiness, visto que soja, arroz e milho, por exemplo, já registram valores atrativos e históricos para o setor”, afirmou.

A presidente da Federasul, Simone Leite, voltou a pedir sensibilidade aos presidentes quanto à facilitação de acesso ao crédito, inclusive ao PRONAMPE, que deve ser operado por ambas instituições nas próximas semanas. “Vidas e empresas vão continuar existindo se houver parcerias econômicas sólidas. Desburocratizar e fazer chegar esse crédito na ponta deve ser prioridade”, cobrou ela.

O vice-presidente de Integração, Rafael Goelzer, citou as dificuldades do setor de turismo – um dos mais afetados pela crise sanitária. De acordo com Jeanette Lontra, “o Badesul dispões de linha de crédito especifica ao setor, via FUNGETUR, e tem como função atuar na concessão de capital de giro às empresas”, enfatizou. Segundo a presidente, as taxas chegam a 5% ao ano. Ainda neste nicho de micro e pequenas, Claudio Coutinho disse que o Banrisul liberou R$ 1 bi em crédito desde março.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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