Projeto de lei propõe incentivo à residência médica em saúde da família em Santa Cruz do Sul

Por Gabrielle Pacheco

Manter os profissionais médicos vinculados à rede pública de saúde é um desafio dos gestores em todas as esferas de governo, especialmente nos estados e municípios.

Diante da necessidade de enfrentar esse dilema e assegurar um tratamento mais humanizado à população, a Prefeitura de Santa Cruz do Sul, através da Secretaria Municipal de Saúde (Sesa), vai conceder bolsas de incentivo complementar de estudo e pesquisa aos residentes médicos em Saúde da Família.

O projeto de lei foi encaminhado nessa quarta-feira, 17, para o Conselho Municipal de Saúde (CMS). A reunião de votação será realizada na segunda-feira, às 18 horas. Uma vez aprovado, já na quarta-feira o texto será remetido para apreciação dos vereadores.

Ainda nesta manhã o prefeito Telmo Kirst e o secretário municipal de Saúde, Régis de Oliveira Júnior estiveram reunidos discutindo detalhes acerca do projeto. “É uma forma de mantermos as equipes de saúde completas e assim garantirmos um melhor atendimento à população”, avaliou o chefe do Executivo.

Pela proposta, como explica o secretário Régis, a prefeitura concederá um auxílio de R$ 2 mil, por um período de dois anos, além dos valores já pagos pelo Ministério da Saúde para residentes em Medicina de Família e Comunidade dos programas da Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc).

A ideia é estimular jovens médicos a optarem por esta especialidade depois da graduação e assim formar mão de obra qualificada para atuar nas Estratégias de Saúde da Família (ESF).

“Estamos adotando várias medidas para suprir a falta de médicos e fazer com que os profissionais, após ingressarem na rede de saúde pública, ali permaneçam, construindo vínculos com as comunidades por eles assistidas e contribuindo para elevar ainda mais a qualidade da saúde em nosso município”, disse o secretário.

Ele reforça que é na atenção primária e na prevenção que está a solução para 90% dos problemas de saúde da população.

Hoje o Ministério da Saúde habilita até 35 vagas de residência médica em medicina de família para Santa Cruz do Sul. Neste primeiro momento, como informa Régis, serão preenchidas cinco vagas, em um investimento de R$ 100 mil por ano, porém a intenção é dobrar esse número de médicos nas unidades de saúde até 2020.

“É importante lembrar que os residentes estão fazendo uma especialização em saúde da família, mas já são clínicos gerais, profissionais formados. Eles serão fundamentais também em razão da falta de médicos decorrente das dificuldades de contratação”, destacou.

A bolsa, na avaliação da coordenadora do programa da Bolsa Complementar, Clauceane Venzke Zell, é também uma forma de valorizar a atuação do médico de família, uma especialidade que, segundo ela, ainda é muito pouco valorizada no meio acadêmico e também no mercado de trabalho.

Por outro lado, conforme Clauceane faz questão de acentuar, o atendimento humanizado e a relação mais estreita entre médico e paciente, é o grande diferencial na formação de quem opta por essa especialidade.

“Há uma construção de vínculos mais fortes com a comunidade. Disso decorre uma maior resolutividade nos atendimentos, com menos solicitações de exames e encaminhamentos para outros especialistas”, observou. “Estudos apontam, inclusive, uma redução nos custos com a saúde da população. Sem falar que a satisfação dos usuários pelo cuidado integral e humanizado é muito maior”.

Foto: Reprodução | Fonte: Assessoria
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