Projeto da Feevale desenvolve ações em benefício da população em situação de rua de Novo Hamburgo

Por Stephany Foscarini

Para desconstruir estigmas, atuar na construção e na garantia de direitos da população que vive em situação de rua e fortalecer as políticas públicas voltadas a essas pessoas, a Universidade Feevale desenvolve, por meio da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão (Proppex), o projeto social Da Rua Para Noia. Criado em 2017, por meio de uma parceria entre a Instituição e a Prefeitura de Novo Hamburgo, a iniciativa tem o objetivo de promover a saúde integral e a cidadania da população em situação de rua que vive no município.

Atuamos para dar visibilidade a questões relacionadas a esse público”.

Segundo a professora do curso de Pedagogia e líder do projeto, Lovani Volmer, o Da Rua Para Noia atua nas áreas de Comunicação, Enfermagem, Pedagogia e Psicologia. “Atuamos para dar visibilidade a questões relacionadas a esse público, que sofre com discriminações e violações de direito, a partir de uma série de ações e aprendizagens desenvolvidas, na busca por desfazer estigmas e contribuir na construção de uma sociedade mais equânime”, destaca.

Dentre as produções, o Da Rua Para Noia criou, em parceria com o projeto de pesquisa População Adulta em Situação de Rua de Novo Hamburgo/RS: Vivências, Demandas e Possibilidades de Intervenção e o Jornal Vozes da Rua, a cartilha População Adulta em Situação de Rua de Novo Hamburgo. O material, que pode ser acessado gratuitamente no site, reúne relatos da rotina e obstáculos que as pessoas em situação de rua de Novo Hamburgo enfrentam diariamente, tentando vencer a invisibilidade imposta pela sociedade, como pontua um dos entrevistados para o jornal: “têm pessoas que já vieram conversar ou distribuir um alimento, né; outras pessoas que conhecem a gente, conversam, têm diálogo com nós a mais tempo, já sabem como é. A gente é tranquilo, se conversarem com a gente, a gente vai conversar com vocês, se perguntarem a gente vai responder”.

Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua

O dia 19 de agosto é conhecido como o Dia Nacional de Luta da População de Rua. A data em defesa da dignidade e visibilidade dos direitos dessa população teve origem em um episódio violento, conhecido como o Massacre da Sé, quando, entre os dias 19 e 22 de agosto de 2004, sete pessoas foram assassinadas e oito ficaram feridas, enquanto dormiam na Praça da Sé, em São Paulo.

O fato repercutiu e mobilizou uma parcela da sociedade a se colocar em defesa dos direitos da população em situação de rua. Dentre as conquistas obtidas, destaca-se a Política Nacional para a População em Situação de Rua, instituída pelo Decreto nº 7.053 de 23 de dezembro de 2009, que prevê acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda.

Nomear a população em situação de rua, também, foi um dos avanços para tirar da invisibilidade e garantir atendimento especializado a esse grupo, composto de pessoas que têm em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular. Por não terem onde morar, eles utilizam os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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