Mesmo com a carga tributária elevada, a demanda interna insuficiente e a falta ou alto custo do trabalhador qualificado como obstáculos, a produção e o emprego cresceram na indústria gaúcha, em setembro, na relação com agosto. O resultado está na pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira (4) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). O índice de evolução da produção registrou 50,4 pontos, mostrando a terceira alta seguida e a menos intensa delas, quase uma estabilidade, bem abaixo de agosto (55,9) mas acima da média do mês desde 2010 (48,3 pontos). “Dado que, historicamente, a produção tende a cair no período, o resultado de setembro ganha importância, o que ajuda bastante no processo de recuperação da indústria e do estado que necessitamos após as enchentes”, diz o presidente da FIERGS, Claudio Bier.
Também o ritmo da expansão do emprego, a terceira consecutiva, desacelerou em setembro, mas foi melhor do que a queda sugerida nesse período ao longo dos anos. O índice do número de empregados foi de 51,7 pontos, em setembro, abaixo dos 53,3 pontos de agosto, mas acima dos 49,5 pontos da média histórica do mês. Os índices variam de zero a cem pontos, valores acima de 50 indicam crescimento.
A pesquisa da FIERGS mostrou ainda que o setor esteve um pouco mais ocioso em setembro, na comparação com o mês anterior, em linha, porém, com o padrão do período. O percentual médio de utilização da capacidade instalada-UCI caiu para 71%, ante 73% de agosto. Apesar disso, a UCI ficou na média histórica do mês de setembro, que é de 71,1%. Os empresários, porém, a consideram abaixo do normal: o índice de UCI usual fechou setembro em 45,3 pontos, frente a 46 de agosto. Os 50 pontos, nesse caso, indicam o nível normal de UCI para o mês e quanto mais abaixo dessa marca mais distante do usual.
Os estoques de produtos finais permanecem abaixo do planejado pela indústria, aponta a Sondagem. O índice de evolução no mês ficou em 48,2.
pontos, mostrando redução dos estoques em relação a agosto. Já o índice de estoque planejado registrou 48,5. O nível se encontra abaixo do desejado pelas empresas, que continuam com dificuldade de repor os estoques, há cinco meses abaixo do planejado. O resultado sugere para uma expansão da produção industrial nos próximos meses.