Na segunda-feira (4), às 11h30, o ministro da Economia no período de 2019 a 2022, Paulo Guedes, foi convidado no Fecomércio-RS Debate, em Porto Alegre. O evento aconteceu na sede da entidade e reuniu mais de 500 empresários e demais interessados sobre a atual conjuntura econômica do Brasil e do mundo.
Na abertura do evento, o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, celebrou a presença de autoridades e do ex-ministro da Economia, elogiando seu papel na luta por um estado menos oneroso e por políticas econômicas que priorizam a produtividade e limite dos gastos públicos, além de mencionar o cenário de recuperação econômica do Rio Grande do Sul, dentro das limitações impostas pela economia nacional.
Guedes dividiu a palestra em três momentos: 1) desordem mundial; 2) para onde o mundo irá; 3) contexto brasileiro. Depois de um resgate histórico das últimas décadas, o economista destacou no plano global as incertezas trazidas pelo aumento das tensões geopolíticas e o impacto desses conflitos na economia mundial. “A Guerra Fria está viva, só mudou de forma. Hoje, a liderança é da China. O mundo está irreversivelmente rompido”, comentou.
Apesar de exemplos como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e os constantes conflitos no Oriente Médio, o ex-ministro afirmou que uma Terceira Guerra Mundial seria improvável, pois representaria um desastre para grandes potências mundiais e suas economias fortemente interdependentes: “Seria um suicídio para a China e para os EUA”.
A palestra também abordou a ascensão política do conservadorismo, em que períodos de incerteza e estagnação econômica geram frustrações populares, traduzidas em apoio a políticas conservadoras e de proteção nacional. “O Ocidente entrou em modo de sobrevivência. Os conservadores estão vindo, porque defendem os princípios da civilização ocidental”, ressaltou.
Por fim, sobre o Brasil, Guedes apontou que o país possui recursos naturais abundantes, um mercado consumidor expressivo e oportunidades únicas em áreas como agricultura, energia renovável, tecnologia e segurança cibernética: “O Brasil tem toda uma fronteira de investimento pela frente, basta ter consciência e seguir no caminho da prosperidade, em que já estávamos”.