Municípios analisam encaminhamento de estado de emergência econômica

Por Marina Klein Telles

A Associação dos Municípios do Vale do Taquari (AMVAT), por meio de assessoria jurídica, estuda e orienta os prefeitos da região quanto à possibilidade de decretarem estado de emergência econômica face às consequências advindas do momento de extrema dificuldade enfrentado pela Cooperativa Languiru. Essa foi uma das pautas tratadas pela entidade em assembleia realizada na manhã de hoje, dia 01 de junho, na CIC Teutônia.

O prefeito de Colinas, Sandro Herrmann, apresentou levantamento preliminar dos impactos para a economia dos municípios. “Tomando por base dados de 2021 e 2022, se a Languiru vier a parar com suas atividades nos segmentos de aves, suínos, leite, indústria e comércio, o Vale do Taquari deixa de arrecadar cerca de R$ 68,2 milhões em geração de ICMS, direta e indiretamente, redução que iniciaria a partir do próximo ano”, colocou Hermann.

O prefeito complementa sua fala, trazendo outros possíveis impactos que o fim das atividades da Languiru podem vir a ter a na região. “São recursos que deixam de circular nos municípios. Para algumas cidades a movimentação da Languiru representa 45% do ICMS, isso inviabilizaria muitos municípios. A Languiru corresponde à aproximadamente 15% de toda movimentação de ICMS da região. Não se trata apenas de uma questão de sobrevivência da Cooperativa, mas de todos nós. São números assustadores”, alertou.

Diante disso está sendo analisado, município por município, com acompanhamento da AMVAT, o decreto de estado de emergência econômica, almejando acesso a recursos financeiros e refinanciamento de créditos tomados, especialmente pelos produtores rurais.

Presidente e vice-presidente da Languiru, Paulo Birck e Fábio Secchi, respectivamente, apresentaram números e plano de reorganização da Cooperativa na assembleia da entidade regional, um mês após assumirem os cargos. “São decisões duras, mas a situação é extremamente complexa. Estamos negociando unidades de varejo e industriais, seja por meio de parcerias ou vendas, mantendo os negócios que apresentam resultado operacional positivo. Se continuarmos insistindo em setores que drenam nossos escassos recursos, como é a suinocultura, vamos acabar com todos os associados”, apontou o presidente.

Ele reitera que a Languiru está buscando renegociar suas dívidas. “Estamos renegociando com credores de instituições financeiras e reduzindo o volume de produção na avicultura. Precisamos estancar o prejuízo para podermos seguir e cumprir com os compromissos da Cooperativa, evitando que essa conta fique para os produtores”, enfatizou Birck.

Paralelamente a isso, Secchi falou em união de esforços para levar a Languiru ao ponto de segurança. “Os desafios são enormes, mas com transparência e o diagnóstico correto, de mãos dadas, podemos transpor esse momento. Não se trata de um problema meu, do Paulo ou dos associados. Se não conseguirmos avançar, o Vale do Taquari irá empobrecer. Humildemente, viemos aqui pedir ajuda pela sobrevivência da Languiru”, finalizou.

Foto: Leandro Augusto Hamester/divulgação | Fonte: Assessoria
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