O mercado de logística no Brasil passa por transformações constantes para lidar com desafios como a alta dos insumos, deficiências na infraestrutura e as políticas voltadas ao setor. De acordo com o CEO da VBR Logística, Vanir Balduíno Rothen, as empresas precisam estar atentas para se adaptar rapidamente às mudanças. “A empresa que estiver atenta às variações e conseguir se adequar o mais rapidamente sempre vai correr na frente. E assim é em relação às inovações tecnológicas, que surgem a cada dia”, afirmou Rothen.
Segundo dados do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), o setor representa aproximadamente 13% do PIB nacional e tem tendência de crescimento, impulsionado pelo avanço do comércio eletrônico. No cenário mundial, Rothen destaca que algumas mudanças podem ocorrer devido à política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, ele ressalta que ainda não há certezas sobre o impacto dessas medidas. “O que de fato sabemos é que o mercado logístico sempre foi muito dinâmico e em constante transformação”, afirmou o CEO.
Logística no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, os impactos da enchente de 2024 ainda afetam o setor logístico, principalmente em relação às condições das rodovias, o que aumenta os custos do transporte. Entre as perspectivas de mudanças estruturais, destaca-se o projeto do novo porto de Arroio do Sal, que busca atender demandas das empresas da Serra Gaúcha. “O Porto do Rio Grande tem uma atuação estratégica para o Estado, porém, com o projeto de Arroio do Sal, é possível haver alterações neste cenário em longo prazo”, declarou Rothen.
Custos dos combustíveis e impacto nos fretes
Outro desafio apontado pelo setor é a alta do preço dos combustíveis. Entre janeiro e fevereiro, o diesel teve um reajuste de 4,55%, resultado do aumento de R$ 0,19 por litro da Petrobrás e do acréscimo de R$ 0,06 por litro no ICMS. Segundo Rothen, essa alta influencia diretamente os custos do transporte rodoviário. “O diesel é o maior custo operacional do transporte rodoviário, e esse aumento pressionará o preço dos fretes, impactando diretamente a economia gaúcha, já fragilizada pela inflação e pelos desafios da reconstrução após as enchentes”, afirmou Rothen. Ele defende um debate maior sobre o tema, alertando para os impactos na competitividade do setor produtivo e no preço dos insumos e bens essenciais.