Hospital Municipal de NH engajado no Setembro Amarelo

Por Gabrielle Pacheco

Celebrado na segunda-feira, 10, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio abre uma série de atividades de prevenção e conscientização. No Hospital Municipal de Novo Hamburgo, o dia foi marcado pela distribuição de fitas amarelas aos profissionais de saúde, simbolizando o alerta do Setembro Amarelo, ação que terá continuidade na semana.

“Há resistência e até mesmo na negação do tema. Porém, o fato é que muitas pessoas tentam provocar o fim da própria vida. Isso é realidade e precisa de atenção”, afirma o psiquiatra Mateus Messinger, da Fundação Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH).

De janeiro a agosto deste ano, 93 tentativas de suicídio foram notificadas pelo HMNH. E, de 817 internações psiquiátricas em 2017, cerca de 40% foram por transtornos de humor, um dos principais desencadeadores do ato. Pelos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é a terceira causa de morte entre adolescentes.

“Precisamos entender que o suicídio é a consequência final, mas que pode ser evitado com a busca de ajuda. Por isso, é importante falar sobre esse assunto, mas principalmente do que vem antes. Hoje, percebe-se um distanciamento dos pais, a falta de vínculos, de intimidade. O jovem passa por etapas. A ausência de perspectivas e o estar fragilizado pode ser um indutor”, comenta o dr Messinger, acrescentando que os idosos são o segundo grupo na tabela de estatísticas.

O Rio Grande do Sul registra três suicídios por dia. O psiquiatra relata, ainda, que um número expressivo de condutas suicidas entram como notificações apenas de acidentes de trânsito. Hoje, não é preciso esperar sinais visíveis para buscar ajuda na saúde mental, até porque todas as unidades de saúde estão aptas a escutar e fazer os encaminhamentos necessários.

“Pessoas próximas, sejam familiares ou amigos, podem identificar fatores ou comportamentos de risco, valorizando os sinais de sofrimento psicológico, o que é o primeiro passo para se evitar o suicídio. O Hospital é a ponta final para reverter este risco eminente”, diz. A equipe de Saúde Mental do HMNH é formada por três psiquiatras, uma assistente social, uma psicóloga e uma terapeuta ocupacional.

No Brasil, há um suicídio a cada 45 minutos. Os dados mundiais indicam que ocorre uma tentativa a cada três segundos e um suicídio a cada 40 segundos. No total, chega-se a 1 milhão de suicídios no mundo. A maior parte das pessoas que tenta colocar fim à vida sofre de algum tipo de transtorno mental. O uso de álcool e drogas é o segundo fator depois das doenças psiquiátricas, como ansiedade e depressão, que leva ao aumento de suicídios.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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