Com curadoria do Sesc-RS, as galerias da Trensurb nas estações Mercado e Rodoviária recebem, a partir de hoje, 08 de fevereiro, novas exposições. As cores que me identificam, de Marina Kerber, chega à Galeria Mario Quintana, na Estação Mercado, enquanto a Galeria Xico Stockinger, na Estação Rodoviária, receberá Saberes, fazeres e dizeres, de Rusha.
Coordenadora cultural do Sesc-RS, Jane Schoninger afirma que toda a curadoria deste ano para as galerias terá como premissa trazer visibilidade para a obra de artistas negros do estado, como Marina e Rusha – que trazem em seus trabalhos questões de identidade e representatividade.
Às 11h de terça-feira, a Direção da Trensurb e representantes do Sesc-RS irão receber a artista Marina Kerber em uma visita à Galeria Mario Quintana, na Estação Mercado.
“As cores que me identificam”
Em As cores que me identificam, a multiartista Marina Kerber traz uma série de autorretratos ilustrados. “Meus traços são a cara da maior parte da população brasileira. Essas cores que me identificam não são uma escolha, mas sim uma necessidade de me inserir no espaço-tempo das tonalidades vibrantes que conseguem preencher os vazios acinzentados das misturas históricas”, afirma a autora. “Essas são narrativas carregadas de memórias extremamente sensíveis, mas resistentes e persistentes”, completa.
Marina atua profissionalmente nas artes visuais, no audiovisual, na animação, no design gráfico e no teatro. Possui mestrado em Meios e Processos Audiovisuais pela USP. Participou de exposições coletivas como a 1ª e 2ª Bienal Black Art Brazil e, recentemente, foi artista convidada da primeira edição de Encontros Projetados, evento promovido pelo Goethe-Institut Porto Alegre. A artista utiliza diferentes suportes e técnicas para retratar suas vivências conectadas com temas urgentes como identificação racial e saúde mental e física. É um trabalho que lança mão de hibridismos narrativos a fim de trazer diferentes reflexões sobre o ser individual e o ser coletivo. O resultado beira o absurdo e o surreal em meio ao turbilhão de sensações expostas.
“Saberes, fazeres e dizeres”
Saberes, fazeres e dizeres, da artista Rusha, reproduz obras criadas por meio de técnicas diversas – sobrepondo tinta acrílica, tinta relevo, tecido e miçanga sobre colagem. Elas trazem marcas e olhares que contam histórias, buscando construir memórias carregadas de sabedoria e observação da vida. O intuito, segundo a artista é: “Reimaginar e ressignificar, criar nossos próprios caminhos, manipulando conceitos, revendo significados, subvertendo e desconstruindo imaginários ligados a noções eurocêntricas, coloniais, patriarcais e racistas, e assim contribuir para outra forma de produzir conhecimento em arte”.
Rusha é um nome oriundo do povo Bantu – originário principalmente da África subsaariana – que significa “libertar-se”. Mulher negra, artista, militante e educadora popular, Rusha afirma estar “empenhada em denunciar o apagamento histórico da memória e origem negra a partir da produção de narrativas decoloniais e subjetivas sobre nossa história, nosso lugar e pertencer, denunciando diariamente esse sistema que nos oprime, nos silencia, nos violenta e nos mata”. Seu trabalho busca homenagear “todas as mulheres negras, quilombolas, indígenas, campesinas, periféricas, que semeiam histórias, saberes, fazeres, tradições, cuidados, afetos e memórias ancestrais”.
Serviço
Exposição As cores que me identificam, de Marina Kerber
Quando: de 8 de fevereiro a 1º de maio, todos os dias, das 5h às 23h20.
Onde: Galeria Mario Quintana, no túnel de acesso às plataformas da Estação Mercado da Trensurb.
Quanto: R$ 4,50 – tarifa unitária do metrô.
Exposição Saberes, fazeres e dizeres, de Rusha
Quando: de 8 de fevereiro a 1º de maio, todos os dias, das 5h às 23h20.
Onde: Galeria Xico Stockinger, no túnel de acesso à plataforma da Estação Rodoviária da Trensurb.
Quanto: R$ 4,50 – tarifa unitária do metrô.