Um decreto municipal que reconhece o Festival Internacional de Folclore como Patrimônio Cultural Imaterial de Nova Petrópolis foi foi assinado pelo prefeito Jorge Darlei Wolf (PSDB) neste domingo (4), no Palco da Diversidade do evento. O reconhecimento justamente durante o último dia da 51ª edição do tradicional festival, que existe há mais de 50 anos. A honraria assegura a relevância do evento na preservação da cultura, do legado e das tradições do município.
A assinatura do documento histórico foi testemunhada pelo presidente da Associação dos Grupos de Danças Folclóricas Alemãs de Nova Petrópolis (AGDFA-NP), Cleiton Spengler; pelo vice-prefeito de Nova Petrópolis, Martim Wissmann; pela secretária municipal de Educação, Cultura e Desporto, Gislaine Marchioro Leal; e pela presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas Culturais, Carla Cristiane Ferreira. O reconhecimento ao festival possibilita iniciativas de preservação, educação patrimonial e, futuramente, o alçamento para o status de Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul.
Com o decreto, Nova Petrópolis torna imortal o Festival Internacional de Folclore. De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o patrimônio imaterial é transmitido de geração a geração, constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.
Para o presidente daAGDFA-NP, Cleiton Spengler, o reconhecimento é uma prova do poder da cultura para unir pessoas e comunidades, preservar a memória e inspirar o futuro. “Continuemos a valorizar e a promover nossas tradições, mantendo-as vivas para as próximas gerações. Que este marco seja um incentivo para seguirmos trabalhando com persistência”, ressalta Spengler.
Em uma iniciativa do Departamento Municipal de Cultura de Nova Petrópolis, o objetivo deste registro foi salvaguardar o Festival Internacional de Folclore, em toda a sua complexidade, como sendo uma celebração de relevância cultural onde se expressam diversos saberes, fazeres, tradições e manifestações populares. O processo de reconhecimento iniciou em 2023, ano do cinquentenário do evento, com um trabalho de pesquisa para desenvolver o estudo e embasar o registro do festival. A equipe do departamento seguiu as instruções dos institutos do patrimônio histórico e artístico do Rio Grande do Sul (Iphae) e Nacional (Iphan), além das legislações que abrangem a temática. Um trecho do estudo destaca que “o Festival Internacional do Folclore vai além de sua data, suas danças, seus trajes e suas comidas típicas. Sua materialidade veicula visões de mundo, integra um conjunto tenso e dinâmico de relações sociais. Neste processo, é importante lembrar que não há fronteiras rígidas entre os diferentes níveis de cultura: cultura popular, cultura erudita e cultura de massas comunicam-se permanentemente em todas as direções”.
A presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas Culturais, Carla Cristiane Ferreira, destaca que “o decreto que registra o Festival Internacional de Folclore como Patrimônio Cultural Imaterial é a forma de reconhecer o sentimento de pertencimento que a comunidade tem para com ele. Os mecanismos de manutenção e proteção deste bem cultural, que é tão importante para o Município, se tornam mais acessíveis com o reconhecimento e garantem a perenidade desta manifestação popular”. Carla ainda destaca o processo realizado para esse reconhecimento. “Para chegarmos neste estágio, foi realizada uma pesquisa histórica pelo Departamento de Cultura que buscou subsídios para a sustentação do decreto, etapa essencial para o registro de bem cultural”, pontua a presidente do conselho.
Para a rainha do folclore alemão, Ana Luiza Kuhn, orgulho e emoção resumem o sentimento de testemunhar o momento histórico durante a 51ª edição do Festival Internacional de Folclore, sendo a representante oficial do evento junto com a 1ª princesa Marluce Maldaner e com a 2ª princesa Camila Caroline Schwaab. “Este registro é uma forma de garantir a continuidade do evento e do legado que herdamos dos imigrantes há 200 anos. Este reconhecimento também é uma forma de assegurar que essas tradições sejam preservadas e de fortalecer a nossa identidade cultural, reafirmando o sentimento de pertencimento na comunidade em relação a este evento que há 51 anos une pessoas e culturas. Este ato engrandece ainda mais o Festival e potencializa a educação, o turismo e a economia, ecoando além do âmbito cultural”, enfatiza a rainha.
O 51º Festival Internacional de Folclore de Nova Petrópolis foi realizado pela Associação dos Grupos de Danças Folclóricas Alemãs e pela Prefeitura de Nova Petrópolis. O evento integra o calendário anual da IOV – Organização Internacional de Folclore e Artes Populares, o calendário de eventos oficiais do Rio Grande do Sul e, em 2024, as comemorações alusivas ao bicentenário da imigração alemã no Brasil. O evento teve patrocínio de Dakota – ser linda é ser feliz, Sicredi Pioneira, Supermercados Andreazza, Gula Alimentos, Banrisul, Suibom, Niruma Móveis, Cervejaria Traum, Seibt Máquinas, Cervejaria Edelbrau e Nova Imóveis. Foram apoiadores o Parque Aldeia do Imigrante, RBT Internet, You-C English School, Universidade La Salle, Eletrosom e Digi Sonorizações. E o financiamento foi de Pró-Cultura RS – Lei de Incentivo à Cultura, Governo do Estado do Rio Grande do Sul.