EUA é o principal destino das exportações de calçados

Por Gabrielle Pacheco

Os embarques de calçados brasileiros registraram o segundo mês consecutivo de incremento. Em agosto, conforme dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), foram embarcados 9,47 milhões de pares, 7,4% a mais do que no mesmo mês de 2018.

Em valores, porém, houve uma queda de 6% no mesmo comparativo, somando a cifra de US$ 78 milhões. A explicação passa pelo preço médio do produto embarcado, que caiu mais de 12%. Com o resultado de agosto, o acumulado dos oito meses chegou a 76,66 milhões de pares, que geraram US$ 644 milhões, altas de 8,2% em volume e de 2,5% em receita no comparativo com igual ínterim do ano passado.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, comenta que o resultado díspar entre volume e receita pode ser explicado pela valorização do dólar, que deixa o preço do calçado brasileiro mais competitivo no exterior, e também pelo começo dos embarques das coleções de verão.

“Como os custos das indústrias são em reais, quando o dólar valoriza temos a possibilidade de formar preços mais baixos”, explica Ferreira.

Ele ressalta o incremento de 15% nos embarques de chinelos no mês oito, o que tem grande impacto no resultado geral, levando em consideração que 50% do volume exportado pelo Brasil é deste segmento. Dados elaborados pela Abicalçados apontam que no mês de agosto o preço médio do produto enviado ao exterior foi de US$ 8,24, enquanto no mesmo mês de 2018 foi de US$ 9,10.

Guerra comercial

Somando a importação de 748,58 mil pares de calçados verde-amarelos por US$ 15,63 milhões, os Estados Unidos foram os principais compradores internacionais do mês de agosto, com incrementos de 18% em pares e de 5,8% em receita em relação a 2018.

No acumulado dos oito meses, os norte-americanos somam 8 milhões de pares importados, pelos quais foram pagos US$ 135,87 milhões, altas de 32% e de 35,4%, respectivamente, em relação ao ano passado.

Ferreira reitera que o movimento é esperado e deve continuar ocorrendo até o final do ano, especialmente em função da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que tem encarecido o produto asiático com tarifas extras de importação.

“Tradicionalmente, 70% das importações de calçados norte-americanas são provenientes da China. Com as novas tarifas impostas, os importadores estadunidenses têm buscado fornecedores alternativos, abrindo espaço para o nosso produto”, explica o dirigente.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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