Estudantes do Rio Grande do Sul se destacam na Febrace 2022

Por Stephany Foscarini

Um app para medir pressão arterial, um absorvente menstrual ecologicamente correto e de baixo custo, e um sistema que ajuda a locomoção de pessoas com paralisia cerebral. Esses são alguns dos projetos de destaque, desenvolvidos por estudantes do Rio Grande do Sul, em exposição na 20ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que acontece até o dia 26 de março pela Plataforma Febrace Virtual. Neste ano, são 497 projetos finalistas, desenvolvidos por estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de 333 escolas de todo o Brasil.

De Osório, o destaque é o projeto das estudantes Camily Pereira dos Santos e Laura Nedel Drebes, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, campus de Osório. Para ajudar a diminuir o problema da pobreza menstrual, elas desenvolveram um absorvente de baixíssimo custo e ecologicamente correto. Em resumo: o algodão foi substituído por resíduos da agroindústria (fibra do caule da bananeira e do açaí de juçara), o bioplástico que envolve o absorvente foi feito com resíduos de cápsulas de medicamentos da indústria nutracêutica) e o invólucro foi feito de retalhos de tecidos das costureiras locais.

O produto final tem poder de absorção muito maior, segundo Camily, e é 95% mais barato do que o comercial (R$ 0,02 a unidade), já incluídos os custos diretos e indiretos da fabricação. “Não queremos parar por aí, nossa meta é criar uma cooperativa para a produção do absorvente”, diz ela.

De Novo Hamburgo, são dois projetos. Um é dos estudantes Vítor Daniel Duarte e Davi Schneider, da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha. Eles desenvolveram um dispositivo que facilita a locomoção de crianças com paralisia cerebral. Este equipamento é composto por sensor, microcontrolador, eletroestimulador e eletrodos que, posicionados na perna do indivíduo, geram pulsos que estimulam os músculos e o movimento das pernas.

O sensor detecta o momento exato em que a perna movimenta para dar um passo, acionando o eletroestimulador que, por meio de eletrodos, estimula os músculos deixando o pé numa posição de 90 graus. Dessa forma temos uma caminhada mais próxima do ideal”.

Vítor explica: “Crianças com paralisia cerebral, classificadas com grau 1, 2 e 3, enfrentam grande dificuldade para levantar a perna. Os músculos não trabalham o suficiente para que possam dar um passo firme”, conta. “O sensor detecta o momento exato em que a perna movimenta para dar um passo, acionando o eletroestimulador que, por meio de eletrodos, estimula os músculos deixando o pé numa posição de 90 graus. Dessa forma temos uma caminhada mais próxima do ideal”, acrescenta.

O outro é um projeto de aplicativo para monitorar a pressão arterial, que faz a medição de um jeito bem inovador: ao mirar o leitor da câmera do celular para o dedo, o sistema “lê” as nuances de luz emitidas pelo sangue na pulsação cardíaca. A partir daí, uma rede neural estima a pressão. Tudo em apenas 20 segundos. Os estudantes Vladimir Simões da Luz Junior e Marcos Augusto Flôres, da mesma instituição (Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha), já validaram a eficiência do invento comparando os resultados com os de um medidor convencional. Margem de acerto? Mais de 95%.

Na Febrace, todos os projetos serão julgados por professores universitários e especialistas, que farão a avaliação em teleconferências fechadas. Os autores dos melhores projetos, nas diversas categorias, ganharão troféus, medalhas, bolsas e estágios, num total aproximado de 300 prêmios e oportunidades no Brasil e no exterior. Também serão selecionados nove projetos para a Regeneron ISEF — a maior feira internacional de ciências do mundo que acontece em maio, nos EUA.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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