Porto Alegre completou nesta terça-feira (30) um ano da implantação da nova estrutura digital de combate ao crime, composta pelo Centro Integrado de Operações e Emergência (Copom) e pelo uso de câmeras corporais em policiais militares. Nesse período, os conflitos entre a população e a Brigada Militar diminuíram 74%, segundo dados divulgados pela corporação. A queda foi registrada em indicadores como resistência (87%), desacato (70%) e desobediência (65%).
De acordo com o comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Fábio da Silva Schmitt, o uso das câmeras foi determinante para os resultados. “Isso significa menos confrontos, mais transparência e maior confiança da comunidade na Brigada Militar”, afirmou Schmitt.
Além de contribuir para a redução de conflitos, o equipamento trouxe benefícios diretos aos policiais. Segundo o coronel Schmitt, houve aumento da segurança jurídica, com menos acusações infundadas e diminuição de procedimentos internos, como inquéritos policiais militares (IPMs) e sindicâncias. “O PM pode trabalhar com mais tranquilidade, profissionalismo e respaldo da prova audiovisual. Mesmo com menos prisões por resistência ou desacato, aumentaram as apreensões de armas, drogas e flagrantes qualificados”, complementou o coronel.
Funcionamento do Copom
O Copom, que também completa um ano de funcionamento, integra recursos de georreferenciamento, cercamento eletrônico e acompanhamento em tempo real. O sistema qualificou milhares de atendimentos e permitiu maior agilidade no direcionamento das equipes em campo. “Esse primeiro ano mostrou que tecnologia e planejamento não substituem o policial, mas o fortalecem, tornando o serviço mais próximo da comunidade e mais legítimo”, avaliou Schmitt.
Documentação e confiança
Outro destaque está na documentação de ocorrências, inclusive em casos de violência doméstica. As gravações, segundo a Brigada Militar, auxiliam na produção de provas, reforçam a confiança das vítimas e contribuem para maior eficiência no processo judicial.
Expansão tecnológica
Atualmente, cerca de 2.700 câmeras estão integradas ao sistema do Copom, enquanto as mil câmeras corporais em uso pelos policiais militares da capital geram mais de quatro mil gravações por dia. Cada guarnição sai às ruas equipada com dispositivo que grava áudio, vídeo e possui GPS.
O comandante do CPC avalia que o conjunto de medidas se tornou um modelo. “Porto Alegre hoje tem um modelo de segurança mais transparente, tecnológico e eficiente, que pode servir de referência para todo o Rio Grande do Sul”, afirmou Schmitt.


